De olho no streaming e na multiplicação de telas, CBS considera dispensar Nielsen como medidora de audiência
Espécie de "grande IBOPE americano", Nielsen estaria desagradando emissora por seus métodos "antiquados" de medição, que não levam em conta o público de aparelhos móveis e streaming
Com a ascensão cada vez maior da audiência de dispositivos móveis, usuários que usam smartphones e tablets para conteúdos de streaming ou televisivos tradicionais, as emissoras americanas estão em alerta sobre os dados que estão perdendo do público que está migrando para essas plataformas. Fontes próximas à CBS, maior rede americana televisiva, garantiram à equipe do Variety que há uma possibilidade de que o contrato da emissora com a Nielsen, espécie de grande IBOPE americano, não seja renovado para os próximos anos.
A parceria de mais de 100 milhões de dólares entre as duas empresas termina agora no final do ano e executivos da emissora já estariam preparados para uma não-renovação, buscando empresas com sistemas de mensuração mais competitivas do que as adotadas atualmente pela empresa de dados americana.
Recentemente, a CBS passou a investir mais em seus dados proprietários ao mesmo tempo em que experimentou outras formas de mensuração, como a “DNA”, que permite que publicitários comprem segmentos de audiência específicos, de forma que seja possível rastrear alguns nichos de interesse, como os públicos que não assistem aos programas televisivos em casa. A alternativa é diferente da metodologia clássica de estudos demográficos sobre comportamentos de públicos entre 25 e 54 anos, conforme explicou um dos CEOs da CBS, Joseph Ianiello, em evento recente. Ele também mencionou o investimento de projetos com empresas de smartTV para a inserção de anúncios rastreáveis, que poderiam coletar mais dados sobre os novos públicos televisivos. No entanto, isso não está sendo o suficiente para conhecer os públicos que podem migrar de vez para serviços de streaming, como o Hulu e o Netflix, ou para as opções on demand de consumo de entretenimento.
No entanto, talvez seja difícil para a CBS abandonar a Nielsen, ainda vista como a fonte mais confiável para o estudo do comportamento das audiências televisivas e adotada por quase todas as emissoras americanas. Ao comentar a notícia no Twitter, o crítico de TV americano James Poniewozik questionou qual alternativa a CBS poderia encontrar para as métricas da Nielsen, assumindo que “pedir aos publicitários para apenas confiar nos dados proprietários não é uma opção”.
A CBS não emitiu uma declaração sobre o assunto, enquanto a Nielsen admitiu que ainda está em negociações pela renovação do contrato da emissora.