Apresentado por
SXSW 2019: Existe antídoto para a tecnologia que vicia?
Pamela Pavliscak e Kristina Bonitz fizeram no evento oito recomendações sobre como diminuir nossa dependência pelos aparelhos e aplicativos
Ontem terminei meu dia vendo Pamela Pavliscak e Kristina Bonitz falarem sobre algo que tem se tornado endêmico na sociedade: nossa crescente dependência pelos devices e apps.
Os efeitos deste vício são vários: as pessoas acessam seus celulares 2617 vezes por dia, 1 a cada 5 adolescentes acorda no meio da noite pra checar redes sociais e o número de pessoas com “sindrome da vibração fantasma” (aquela sensação de sentir o telefone vibrar quando ele tá quietinho) só aumenta.
O ponto de vista de Pavliscak e Bonitz sobre a desintoxicação é, na minha opinião, preciso: elas dizem que a gente não deve desintoxicar as pessoas, mas sim exterminar o problema na raiz. Com fazer isso? Criando um design para proporcionar bem-estar.
Fazer isso passa por 8 princípios – que listo abaixo. Os quatro primeiros, aliás, são coisas pra se deixar de fazer:
1. Defuse extremes: é preciso resistir a “otimizar para a raiva” , como fazem atualmente as redes sociais
2. Debug endless loops: evitar scrolls infinitos, autoplays e micro-recomendações
3. De-numerate: apenas pare de contar. A gente não precisa metrificar tanto a vida assim…
4. De-botify: evite as mensagens automatizadas, as respostas prontas e não seja um antropomorfo desonesto (não se passe por um ser humano sem ser. O Google Duplex tentou e deu ruim…)
Depois, vem as coisas pra passar a fazer:
5. Revive co-presence: ofereça experiências que estimulam relacionamentos pessoais, como o compartilhamento de telas
6. Reinstate the pause: crie fricção positiva. Use funcionalidades como Do Not Disturb pra evitar excesso de uso de devices e que as pessoas usem celulares enquanto dirigem.
7. Reclaim conversations: tente usar o tempo como uma dimensão do seu feed. Crie prompts empáticos e mostre pras pessoas pontos de vista divergentes dos delas pra que a gente não viva em bolhas
8. Reaffirm empathy: promova conexões humanas e “intmidade randômica”. Um bom exemplo é o Be My Eyes, app em que pessoas com dificuldades pra enxergar são assistidas por anônimos. E ajude as pessoas a progredir devagar, com reforço positivo e nudges.
Taí uma boa listinha de princípios para se seguir.