Diretora pioneira do movimento da nouvelle vague, Agnés Varda falece aos 90 anos
Dona de uma carreira brilhante tanto nos documentários quanto nos filmes de ficção, cineasta morreu devido a complicações de um câncer
A cineasta Agnés Varda morreu na noite da última quinta-feira, dia 29 de março, aos 90 anos de idade. A informação foi divulgada pela Agence France Presse e a família da diretora, que em declaração oficial confirmou que a lendária diretora faleceu devido a complicações de um câncer.
Nascida na Bélgica em 1928, Varda foi uma das grandes pioneiras da nouvelle vague francesa e ficou bastante conhecida por seus trabalhos políticos, incluindo documentários sobre os Panteras Negras e as pequenas comunidades do interior da França. Seus longas de ficção, porém, foram os grandes responsáveis por alçá-la ao estrelato dentro do meio, incluindo aí os celebrados “Cléo das 5 às 7” e “As Duas Faces da Felicidade” que sedimentaram sua posição como grande cineasta feminista ao explorar a condição de opressão da mulher na sociedade.
À partir dos anos 90 e pouco depois da morte do marido e também cineasta Jacques Demy, porém, a diretora se concentraria na produção de documentários até o fim da vida. Isso inclui, claro, o “Visages Villages” que rendeu a ela no ano passado sua primeira e única indicação ao Oscar, cuja nomeação à categoria de Melhor Documentário a tornou a candidata mais velha de qualquer prêmio da cerimônia.
Além do legado uma carreira memorável (reconhecido com diversos prêmios honorários junto de um Urso de Ouro para “As Duas Faces da Felicidade” e um Leão de Ouro para “Os Renegados”), Varda também deixa dois filhos, o Mathieu que é fruto de seu casamento com Demy e Rosalie que nasceu de uma relação anterior com o cineasta Antoine Bourseiller. Seu último filme, o documentário autobiográfico “Varda par Agnès”, foi lançado sobre ovações no último Festival de Berlim e ainda está para estrear no Brasil.