Cérebro feito de flores é instalado em Nova York para fazer alerta contra o ópio
Cerca de nove mil cravos rosas foram usados para criar a peça, que será progressivamente ocupada por cravos negros para mostrar como o vício pela droga é na verdade uma doença
Um cérebro feito de flores foi instalado esta semana no meio da Herald Square de Nova York, uma das regiões mais populares da cidade, para promover a conscientização sobre os danos do ópio no corpo humano. Concebido pela McCann Health e a McCann New York, o “órgão” é composto de 9000 cravos rosas que devem ser substituídos progressivamente por cravos negros nos próximos dias, representando o estrago causado pela droga conforme se preserva a manutenção do vício.
A ação foi criada para a Shatteproof por conta dos números alarmantes de usuários da substância nos Estados Unidos. De acordo com pesquisas feitas pela organização sem fins lucrativos, mais de 130 cidadãos estadunidenses morrem diariamente em decorrência da dependência do ópio e seus derivados, uma condição que muitos especialistas acreditam estar se mantendo por conta da pré-concepção da sociedade sobre as vítimas de que entre outras coisas sua condição se dê por uma falta de controle e não por conta de uma doença.
É aí que o cérebro de flores entra. Além de demonstrar o vício como uma doença, cada pessoa que passa pela ativação pode retirar um cravo rosa da instalação com mais informações sobre o problema. Confira imagens do cérebro abaixo.
De acordo com doutor Lipi Roy, especialista que serviu de consultor à ação, o estigma criado em torno do vício do ópio é a principal barreira para a compreensão sobre a população acometida pela doença. “Como um especialista médico em vício, eu lembro as pessoas todo dia de dois pontos chave: o vício é uma doença médica crônica, uma doença do cérebro onde o relapso é esperado. Além disso, o vício também não é um sinal de fraqueza moral ou fracasso.” diz em declaração oficial sobre o projeto; “A maioria das pessoas viciadas, uma vez conectadas com o tratamento apropriado e serviços de recuperação, melhoram”.