Com modelo plus size, Gillette recebe críticas e afirma que representa “mulheres de todas formas e tamanhos”
Algumas pessoas criticaram a marca por "apologia à obesidade", mas não se trata de uma substituição da ditadura da magreza por uma ditadura da obesidade, não é?
A Gillette convidou a modelo plus size Anna O’Brien, entre outras modelos, para participar de uma campanha da Gillette Venus, os aparelhos para depilação feminina da marca. Porém, a foto de Anna de biquíni, postada nas redes sociais da Gillette, recebeu muitas críticas em relação ao corpo da modelo.
Além dos muitos comentários ofensivos e que expressam gordofobia, muitos seguidores acusaram a marca de estar “promovendo a obesidade”, partindo do princípio que isso é perigoso graças aos problemas de saúde que a obesidade por acarretar.
Mas não é bem assim. Primeiro, porque não se trata de uma “substituição da ditadura da magreza por uma ditadura da obesidade”. As questões que envolvem os padrões estéticos femininos incrustados na sociedade estão passando por debates e mudanças, principalmente com o incentivo à aceitação do corpo natural e real, sem a submissão aos padrões inalcançáveis para a maioria das mulheres. Diferente da magreza, que ainda é imposta, o sobrepeso não é.
Segundo, porque a própria definição de saúde vai além muito além da estética.De acordo com os endocrinologistas, muitas pessoas que estão acima do peso não apresentam problemas de saúde nem alterações metabólicas.
Em seu comunicado oficial, a Gillette Venus diz estar “empenhada em representar mulheres de todas as formas, tamanhos e tipos de pele, porque TODOS os tipos de pele bonita merecem ser mostrados”.
Vale ressaltar que nem todos os comentários do público foram negativos. Muita gente aprovou a iniciativa e ressaltou que termos pessoas gordas estampadas em peças publicitárias não é uma apologia à obesidade, e sim a representatividade de uma sociedade real.