Facebook removeu 265 contas de grupo israelense com atuação política
Brasil e outros países eram alvos de publicações políticas com engajamento forjado
De acordo com a Reuters, o Facebook removeu 265 contas ligadas a um grupo israelense que propagava “conteúdo não autêntico”. As páginas manipulavam seu conteúdo para que ele atingisse usuários do sudeste asiático, América Latina e África. Países como Nigéria, Senegal, Togo, Angola, Níger e Tunísia foram atingidos. O grupo possuía forte atuação política com compartilhamento de notícias e opiniões.
“As pessoas por trás desse esquema utilizaram contas falsas para administrar páginas, disseminar seu conteúdo e artificialmente crescer o engajamento do público”, disse Nathaniel Gleicher, chefe de cybersegurança política do Facebook, em uma declaração oficial.
O grupo em questão se chama Archimedes Group, e todas as pessoas ligadas a ele foram banidas permanentemente do Facebook. O grupo possuía em torno de 65 contas na plataforma, além de 161 páginas, 12 eventos e quatro contas no Instagram. Em torno de 2,8 milhões de contas seguiam uma ou mais páginas do Archimedes Group.
Gleicher ainda disse que a empresa investiu mais de 800 mil dólares em propagandas no Facebook, pagas em reais, dólares e shekels (a moeda israelense). Essas propagandas circulavam desde 2012, e a última delas foi ao ar em abril de 2019. Vale lembrar que, no mês passado, o Facebook decidiu agir para proibir quaisquer tentativas de manipulação política externa nas eleições européias. É possível que o banimento do Archimedes Group tenha alguma ligação com as últimas medidas de segurança da empresa.
O uso de bots para distorcer a realidade já foi tema de um Braincast, inspirado por uma longa e detalhada reportagem da BBC que revelou que bots são influentes na política brasileira desde 2014. Apesar de ser difícil definir como grupos como o Archimedes influenciaram politicamente em eleições passadas, o fato de as principais plataformas da internet estarem mapeando e banindo esses grupos é importante para garantir que, no futuro, eleições em todo o mundo sejam definidas sem interferências externas maliciosas e impulsionadas irregularmente.
