Cofundador do Twitter diz que Trump é um “mestre” da plataforma
Ev Williams também acredita que a grande mídia atualmente é mais nociva do que o Twitter presidencial
Que os tweets do presidente americano Donald Trump são um sucesso não é exatamente novidade, mas ele ganhar o reconhecimento de um dos cofundadores do Twitter, Ev Williams, é algo um tanto quanto inusitado. Foi o que o executivo fez em uma entrevista à CNN Business durante uma conferência de tecnologia em Toronto, onde afirmou que “O que Trump fez com seu Twitter é um tanto quanto genial, francamente”.
Trump utiliza o Twitter diretamente para comunicar-se oficialmente com seus adversários políticos e eleitorado. Perguntado sobre o potencial destrutivo da atuação do atual presidente dos EUA na internet (afinal, o presidente constantemente fala sobre começar guerras e “apertar botões”), Williams afirmou que são danos pequenos em relação ao mal causado pela imprensa tradicional. “Ele é um mestre da plataforma como poucos outros”, afirmou Williams.
“A grande maioria do eleitorado não está no Twitter lendo os tweets de Trump e sendo convencido por eles”, disse Williams. “O que os convence muito mais é o poder destrutivo da Fox News, que é muito, muito mais poderosa e muito mais destrutiva do que o Twitter”.
A CNN pontua que muitos empresários e empreendedores do Vale do Silício concordam com a opinião de Ev Williams de que a mídia tradicional é muito mais maléfica do que as redes sociais. O que parece não ter sido levado em conta, porém, é que o potencial negativo da atuação de Trump no Twitter vai além de inflar a população: as provocações a líderes internacionais podem render crises diplomáticas sérias, como quase já ocorreu quando o presidente americano trocou indiretas com o ditador norte-coreano Kim Jong-un.
Williams também afirma que o Twitter deveria ter investido mais dinheiro e recursos para combater a parte tóxica de sua plataforma. Problemas como assédio, abuso e discurso de ódio demoraram para serem combatidos pela empresa. Em sua defesa, Williams afirmou que, quando foi CEO, não acreditou que poderia fazer algo para controlar esses problemas.