Documento mostra que o Google tem mais funcionários temporários que contratados integralmente
Documentos obtidos pelo NYT mostram a contratação de funcionários temporários por valores menores que a metade de um trabalhador integral
Empresas de tecnologia como o Google sempre propagaram uma cultura de trabalho “generosa”, tanto por seus salários, quanto pelos benefícios e rotina de trabalho “desconstruída”. Mas, alguns documentos obtidos pelo The New York Times mostram que a empresa agora tem mais funcionários temporários e por contrato de prestação de serviços que funcionários integrais.
Os documentos revelam que, em março de 2019, o Google tinha 102 mil funcionários “registrados”, contra 121 mil temporários e “PJ” em todo o mundo. As rotinas desses trabalhadores temporários e contratados são significativamente piores quando se trata de pagamento e benefícios. Segundo um trecho do documento:
“Embora muitas vezes trabalhem lado a lado com os funcionários em tempo integral, os temporários do Google geralmente são contratados por agências externas. Eles ganham menos, têm planos de benefícios diferentes e não têm férias pagas, segundo mais de uma dúzia de funcionários temporários e antigos do Google, muitos dos quais falaram sob condição de anonimato porque assinaram acordos de confidencialidade.”
Procurado pelo jornal, o Google não respondeu diretamente às questões, mas disse que não usa esse modelo de contratação apenas para economizar dinheiro.
Embora os documentos tenham revelado a situação trabalhista dentro do Google, a contratação de funcionários temporários por valores menores que a metade de um trabalhador integral, não é novidade no Vale do Silício. E as razões são, sim, puramente econômicas.
De acordo com a OnContracting, empresa que faz a mediação entre profissionais de tecnologia e grandes gigantes empresas do ramo, essas gigantes do Vale do Silício chegam a economizar US$ 100.000 por ano (e por trabalhador) ao contratarem funcionários com contratos de prestação de serviços em vez de em tempo integral.