Novo estudo reforça a ligação entre “13 Reasons Why” e o aumento das tentativas de suicídio entre jovens
Mesmo com os novos resultados (que reforçam pesquisas mais antigas), Netflix garante que só abordou "realidade desconfortável da vida de muitos jovens"
![13 reasons why](https://assets.b9.com.br/wp-content/uploads/2019/05/13-resons-why.jpg)
Um novo estudo realizado pelo Centro de Saúde Pública da Universidade de Medicina de Viena reforçou a ligação entre a série “13 Reasons Why”, da Netflix, e o aumento da taxa de tentativas de suicídio entre os jovens.
A pesquisa usou dados de suicídio dos Centros de Controle de Doenças (CD) dos Estados Unidos, e foi publicada pela revista Jama Psychiaty. No artigo, os pesquisadores mostram que, entre abril e junho de 2017, houve um aumento de 13% nos suicídios de jovens de 10 a 19 anos. O período marca justamente os meses posteriores ao lançamento da primeira temporada da série.
A equipe de pesquisadores ressalta que “as associações identificadas aqui devem ser interpretadas com certa cautela, mas parecem demonstrar um aumento dos suicídios que é consistente com o potencial de contágio da mídia”, segundo o texto, que também identifica uma maioria feminina entre esses jovens vulneráveis.
Embora não seja possível determinar se os jovens que cometeram suicídio assistiram a série, um editorial de acompanhamento escrito por pesquisadores das universidades de Harvard e Stanford argumenta que o estudo fornece “fortes evidências” de que o programa da Netflix pode ter levado a esse aumento: “Não se pode tirar conclusões causais definitivas de tais dados, mas nenhum aumento semelhante foi observado em taxas de suicídio para além do grupo etário a que pertence o retrato da mídia, fornecendo algumas provas convincentes de que o excesso de suicídios pode ter sido devido à série”, explicam.
Mesmo com os novos dados, os envolvidos com a produção da série afirmam que o impacto do programa não foi negativo na sociedade. O criador da série Brian Yorkey, ao lado da psiquiatra conselheira da mesma, Rebecca Hedrick, publicou uma nota no site Hollywood Reporter refutando o recente estudo, bem como pesquisas anteriores que também apontaram um aumento da procura na internet sobre métodos suicidas depois da série..
Um porta-voz da Netflix, que contestou as descobertas dos estudos, disse email ao Mashable que o programa “aborda a realidade desconfortável da vida de muitos jovens hoje. Ouvimos deles, bem como especialistas médicos, que deu a muitos espectadores coragem para falar e obter ajuda”.