Tinder pretende boicote a Google Play e instala serviço de pagamento próprio no app
Sistema pede que usuário preencha novamente os dados do cartão de crédito na plataforma e, depois de feito este processo, o impede de voltar atrás na decisão
Brigas entre aplicativos e os serviços responsáveis por sua instalação nos celulares estão se tornando recorrentes no mercado. Em maio, o Spotify viu seu processo contra a Apple ser aprovado na União Europeia, deslanchando um longo processo de investigação sobre as práticas da App Store para descobrir se a “taxa” que a empresa cobra por seus serviços é válida ou não aos olhos da lei.
Agora, é a vez do Tinder fazer frente ao Google Play. De acordo com a Bloomberg, o aplicativo de relacionamentos está se juntando a um boicote à loja de apps do Android e instalou um serviço próprio de pagamentos em sua plataforma exatamente para escapar da taxa de serviços pedida pelo Google. O novo sistema força o usuário a inserir de novo seus dados do cartão de crédito dentro do aplicativo e, quando preenchido, elimina a opção de voltar a pagar pelo Play.
A decisão aparentemente foi tomada em vista de problemas que são muito parecidos com o do Spotify em relação à Apple, com o Google cobrando uma mesma taxa de 30% sobre quaisquer ganhos que o Tinder tenha no sistema Android. Caso dê certo, a proposta poderia gerar um efeito dominó apocalíptico para o Play, que hoje faz bilhões só com esta cobrança mensal dos apps inscritos na plataforma.
Responsável pela administração do app, o Match Group nega porém este raciocínio, alegando que a função é parte de “testes” que a empresa realiza em formato periódico no Tinder.“Nós constantemente estamos testando novas atualizações e ferramentas para oferecer conveniência, controle e escolhas a nossos usuários. Nós sempre tentaremos providenciar opções que beneficiem sua experiência, e oferecer opções de pagamento é um exemplo disso” um porta-voz da Match Group escreveu oficialmente a Bloomberg.
O Google ainda não se pronunciou sobre o caso.