Huawei ajudou Coréia do Norte a criar rede 3G em segredo
Parceria quebra leis e embargo impostos pelos Estados Unidos contra os norte-coreanos
A relação entre a gigante da tecnologia chinesa Huawei e os Estados Unidos não vive seu melhor momento. Recentemente, o presidente americano Donald Trump anunciou um embargo para empresas chinesas que, como resultado, cortou parcerias importantes da marca, como a união com o Google para que os smartphones da empresa possam utilizar aplicativos da gigante americana, como o YouTube e o Gmail.
Agora, um vazamento publicado pelo The Washington Post pode estar prestes a intensificar a tensão entre a Huawei e os Estados Unidos. De acordo com o jornal, a Huawei teria ajudado o governo da Coréia do Norte a criar uma rede 3G secreta.
O Post afirma que a Huawei “trabalhou em parceria com uma estatal chinesa chamada Panda International Information Technology em uma variedade de projetos ao longo de no mínimo oito anos (…) Os arranjos de contrato e burocracia dificultaram que a empresa fosse identificada como uma parte relacionada ao projeto.”. Os vazamentos chegaram ao jornal por meio de um ex-funcionário da Huawei, que afirmou considerar o conteúdo vazado importante para o interesse público.
O envolvimento da Huawei levanta algumas questões políticas importantes. Os aparelhos da gigante chinesa utilizam tecnologia americana em seus componentes e, portanto, a parceria com a Coréia do Norte violaria controles de exportação criados pelos embargos dos Estados Unidos.
Em sua defesa, a empresa chinesa afirmou não ter qualquer presença em negócios com a Coréia do Norte. “A Huawei está totalmente comprometida a cooperar com todas as leis aplicáveis e regulamentações nos países e regiões nos quais opera, incluindo o controle de exportação, leis, sanções e regulamentações” afirmou a empresa em declaração oficial.
A Panda Group, por sua vez, recusou a comentar o caso.
Também não há nenhuma declaração por parte do governo americano ou dos órgãos reguladores que são responsáveis por cuidar da situação. Vale lembrar que, apesar de haver o embargo, a Coréia do Norte e os Estados Unidos vêm estreitando seus laços no último ano, com Trump sendo o primeiro presidente estadunidense a cruzar a fronteira e pisar no território norte-coreano.