IA usada para criar âncoras chineses não-humanos vai recriar voz de autores falecidos
“Google chinesa”, Sogou usará a tecnologia para
Em 2018, a empresa Sogou, desenvolvedora de um popular mecanismo de pesquisa que equivale ao Google chinês, anunciou a criação de âncoras de telejornalismo inteiramente feitos com inteligência artificial. Na época, a justificativa utilizada foi redução de custos, já que um âncora artificial pode trabalhar por 24 horas por dia sem maiores gastos se não o planejamento do jornal e a programação do sistema. Conduzido pela agência estatal de comunicação, o projeto foi posto em prática e hoje já é responsável por influenciar novos experimentos.
Agora, porém, a Sogou está dando novos passos no uso da tecnologia para criar experiência e interação humana. Escritores falecidos terão suas vozes recriadas com uso de inteligência artificial para que possam narrar as versões em audio de suas obras, os famosos audiobooks.
A tecnologia já é capaz de transformar obras literárias em audiobooks com rapidez, mas o problema é que a grande maioria do público prefere consumir tais obras com narração dos próprios autores ou de vozes famosas, como artistas ou figuras públicas relevantes.
Os âncoras desenvolvidos pela Sogou já são utilizados na China pela agência estatal Xinhua. Apesar de ser uma reconstrução muito fiel à aparência humana, acaba ficando óbvio para o espectador que trata-se de uma cópia, e não uma pessoa de verdade. Tal diferença levanta uma interessante questão sobre a criação dos “narradores artificiais”: a novidade será capaz de funcionar assim como a voz de uma celebridade ou do próprio autor, ou será apenas uma forma de atenuar o estranhamento de uma voz mecânica e, com isso, permitir que as empresas continuem investindo na adaptação automática?