Chefe da NASA declara que Plutão é planeta, mas não é ele quem decide isso
Quem define se um objeto é ou não um planeta não é a NASA, e sim a União Astronômica Internacional (IAU)
O atual administrador da NASA, Jim Bridenstine, resgatou a polêmica “Plutão é ou não é um planeta?”. Durante um evento nesta semana, Jim afirmou: “Pode escrever que o administrador da NASA declarou Plutão como um planeta mais uma vez”. Mas sua base para a afirmação é simplesmente porque ele aprendeu assim na escola.
Para lembrar a história: em agosto de 2006, Plutão deixou de ser considerado um planeta, passando a ser chamado de “planeta-anão”. A decisão causa discordâncias até hoje, mas oficialmente é isso.
Embora seja chefe da NASA, Jim Bridenstine, amigo pessoal de Donald Trump (que o nomeou para o cargo), não é o responsável pela definição dos planetas. Aliás, esse papel não é nem da NASA e sim da União Astronômica Internacional (IAU).
Bridenstine é um crítico dos gastos do governo dos Estados Unidos no combate à crise climática mundial (e olha que estamos falando dos EUA de Trump, no qual a temática do meio ambiente não tem quase espaço). Ele também acha que o governo deveria privatizar a exploração espacial.
Por que Plutão não é um planeta?
De acordo a IAU, para que um objeto seja considerado um planeta, ele precisa:
- Ser esférico;
- Orbitar o Sol, mas sem ser satélite de um outro planeta;
- Não compartilhar sua órbita com qualquer objeto significativo,
- Ter “limpado” sua órbita graças à ação gravitacional.
É exatamente o último ponto que fez Plutão ser “rebaixado” a planeta-anão porque ao seu redor há muitos outros objetos, já que sua gravidade não é intensa o suficiente limpar sua órbita. Basicamente, se Plutão for novamente considerado um planeta, esses mais de 100 objetos ao seu redor também seriam.
Na ocasião, 424 astrônomos votaram para definir a situação de Plutão. Obviamente, nem todos concordaram com o resultado, mas, de novo, oficialmente é isso.