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França vai bloquear criptomoeda do Facebook na Europa
Para o ministro da economia do país, nas condições atuais é impossível permitir a entrada da Libra na Europa
O Facebook anunciou em junho a criação da Libra, sua criptomoeda oficial que será utilizada dentro da rede social para transações financeiras. Com a novidade, a rede social de Mark Zuckerberg não só demonstrou interesse em se tornar uma plataforma de negócios mais séria como também em ter maior controle sobre as transações que acontecem na plataforma.
Mesmo que empresas gigantescas, como Mastercard, Visa, Spotify, Uber e Ebay estejam dentro do projeto, nem todos olham com bons olhos a novidade do Facebook. Há algumas semanas, a União Européia abriu uma investigação sobre o projeto. Agora, oficiais da França afirmam que não poderão autorizar a Libra em solo europeu.
Em uma conferência realizada em Paris, o ministro da economia francês Bruno Le Maire afirmou que a Libra coloca a soberania dos governos em risco. “Todas as nossas preocupações com a Libra são sérias”, afirmou Le Maire. “Eu quero dizer isso da forma mais clara possível: nas atuais condições, nós não poderemos autorizar o desenvolvimento da Libra em solo europeu”.
Esse não é o primeiro empecilho que o projeto encontra. Há poucas semanas, O Facebook foi ao congresso dos Estados Unidos explicar e defender a Libra. David Marcus, chefe da Calibra, entidade responsável pela administração da criptomoeda, precisou explicar como funcionaria a regulamentação da Libra.
É interessante perceber que enquanto grandes empresas apoiam o projeto os órgãos responsáveis parecem sempre olhar com ceticismo e preocupação para o projeto. Mesmo com o apoio de grandes corporações, é difícil imaginar o projeto indo para frente tendo reações negativas de entidades importantes nos dois principais mercados do mundo: Estados Unidos e Europa.
Mark Zuckerberg, por sua vez, não chegou a comentar as declarações de La Maire, mas já havia afirmado que o projeto só seria concluído quando houvesse regulamentação e aprovação dos órgãos responsáveis. Pela influência e poder do Facebook, é até possível imaginar que Zuckerberg convença quem ainda se opõe à ideia, mas tudo leva a crer que isso ainda levará um bom tempo.