Facebook derruba agência ucraniana que investiu 1,6 milhão de dólares em contas falsas
Páginas levavam usuários a sites de "notícias" com conteúdo sobre política, celebridades e esportes
O Facebook acabou de derrubar uma agência ucraniana de relações públicas que investiu U$ 1,6 milhão em uma rede de impulsionamento de contas falsas. De acordo com o chefe de políticas de cibersegurança, Nathaniel Gleicher, em uma publicação no blog oficial da companhia, o Facebook removeu 244 contas, 269 páginas, 80 grupos e sete contas do Instagram que estavam conectadas às operações, originadas de Ucrânia e Iraque.
“Nós estamos trabalhando constantemente para detectar e impedir esse tpo de atividade, porque não queremos que nossos serviços sejam utilizados para manipular pessoas.” afirma Gleicher no post; “Estamos derrubando estas páginas, grupos e contas baseados em seu comportamento, e não no conteúdo postado. Em casa um dos casos, as pessoas por trás das atividades utilizaram contas falsas para representar a si mesmos, e essa foi a base de nossa ação. Nós compartilhamos as informações de nossas análises com nossos parceiros.”.
No caso do grupo ucraniano, o Facebook afirma que as contas falsas promoviam links que direcionavam o público para fora da plataforma, para sites que se apresentavam como veículos de notícias. Nos sites, havia conteúdo sobre celebridades, esportes, notícias nacionais e internacionais no geral e até mesmo questões políticas – o que abre a possibilidade de propagação de fake news, por exemplo.
No caso das contas iraquianas, os grupos postavam sobre a política nacional e figuras públicas como Saddam Hussein. Foi uma operação diferente, porém, dado que o grupo investiu menos de dois mil dólares nas propagandas.
Os esforços do Facebook para limpar sua plataforma de empresas e grupos que utilizam o sistema de anúncios para divulgar desinformação, propaganda e conteúdo falso não é novo. No Brasil, por exemplo, foi derrubada, em 2018, uma rede de fake news ligada ao MBL, com mais de 196 páginas e 87 contas conectadas.
Entretanto, como pode ser visto, o problema não é exclusividade do Brasil. Em maio de 2019, um grupo israelense com atuação política teve 265 contas excluídas por promover engajamento político que miravam o sudeste asiático, a América Latina e a África. Outro exemplo do mesmo ano foi o de uma campanha de manipulação política do governo da Arábia Saudita com investimento de mais de 100 mil dólares.