Papai Noel questiona ideal de bom comportamento do Natal em comercial sobre saúde mental
Campanha da The National Alliance on Mental Illness alerta para os riscos da exigência de modelos drásticos de comportamento na criação dos pequenos
Poucas imagens definem tanto o Natal para as pessoas quanto a do Papai Noel e sua missão de entregar presentes para crianças de todo o globo na bendita noite do dia 24 de dezembro. E todo mundo sabe que o ofício é definido apenas por um regra: crianças que se comportaram ganham presentes, enquanto as má educadas encontram nada debaixo da árvore na manhã do dia 25.
A questão é: o quanto este modelo de bom comportamento é positivo para os menores? Em tempos onde o tema da saúde mental enfim ganhou espaço no debate público, exigir que os pequenos se comportem rigidamente para serem recompensados com agrados talvez não seja a linha de aprendizado mais fortuita. Foi este raciocínio que levou a The National Alliance on Mental Illness a criar um comercial que trata exatamente da desconstrução destes valores tão tradicionais das festas de fim de ano a partir de ninguém mais que o próprio Papai Noel.
Criado em parceria com a W+K New York, a ideia de “Naughty Or…” é bastante simples, colocando o bom velhinho sentado em um telhado e refletindo sobre os valores que promove às crianças de todo mundo com suas entregas de presente. Como bem diz o personagem, o que começou como “uma forma de motivar o comportamento, codificar a distribuição de presentes e organizar as entregas” se converteu num peso extra na criação dos pequenos, obrigando-as a ver como um desafio em si o ato de viver em sociedade. Confira acima a peça na íntegra.
Ao Muse, a diretora de criação da agência Jaclyn Crowley afirma que a campanha faz refletir sobre “o quão descuidado e crítico nós todos podemos ser, especialmente no cenário do Natal e da lista de bom comportamento do Papai Noel”. A peça tomou inspiração direta de um caso recente dos Estados Unidos, onde o cliente de uma loja deu bronca em outro após uma criança estourar em uma crise de choro no meio do estabelecimento.