Polícia de Londres vai instalar câmeras com sistema de reconhecimento facial na cidade
Tecnologia só será utilizada para busca de indivíduos da lista de procurados e em locais povoados por turistas e vendedores
A polícia metropolitana de Londres anunciou na manhã desta sexta-feira (24) que vai começar a usar oficialmente tecnologia de reconhecimento facial em suas atividades cotidianas em toda a cidade. Há alguns anos em testes, as câmeras agora passam a ser mais uma ferramenta de trabalho dos oficiais e serão instaladas especialmente em localidades povoadas por turistas e vendedores como o shopping Westfield de Stratford, de acordo com a BBC News.
De acordo com a entidade, cada uma das câmeras instaladas serão usadas apenas para identificar rostos inscritos em listas de procurados, cujos indivíduos incluídos são predominantemente pessoas buscadas por “crimes violentos e muito sérios”. Quando o sistema encontrar um destes indivíduos, os oficiais o abordarão para solicitar sua identidade e, caso comprove-se que é a pessoa procurada, o prender. “Este é um sistema que apenas oferece um prontuário, sugerindo coisas como ‘aquela pessoa ali pode ser quem você procura'” escreve a organização no comunicado oficial.
A ideia, porém, é mesmo de normalizar o uso da tecnologia na cidade, com o assistente do comissário Nick Ephgrave declarando no anúncio que o reconhecimento facial “melhora a eficiência da tática” de busca e apreensão da polícia metropolitana.
Isso naturalmente desperta polêmica sobre o uso da tecnologia em ambiente público, em especial porque o sistema biométrico usado pela entidade obtém uma taxa de acerto de 70% – com a empresa por trás do software declarando ainda que ele gera falsos positivos em apenas 1 de 1000 casos. No último ano, tanto empreendimentos privados quanto organizações públicas se posicionaram contra o uso de programas do tipo, desde festivais de música à União Europeia que esta semana anunciou estar considerando banir sistemas de reconhecimento facial em todo o seu território pelos próximos cinco anos para estudar formas de regulação da tecnologia.
A polícia metropolitana de Londres não é a primeira organização de segurança a aderir aos softwares, entretanto. No Japão, por exemplo, o governo confirmou que usará a tecnologia para garantir a segurança da Vila Olímpica durante a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio este ano – inclusive com a mesma firma contratada pela polícia inglesa, a NEC Corporation.