CEO da Uber pede que Trump inclua motoristas no pacote de estímulo econômico durante crise do coronavírus
Na mesma carta, Dara pede a aprovação de uma nova legislação que permita aos trabalhadores acessar mais benefícios públicos sem os classificar como empregados
Em uma carta ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, pediu aos legisladores do país que incluam os motoristas e entregadores que trabalham no aplicativo no pacote de estímulo econômico que o governo está atualmente negociando durante a crise do coronavírus. Na mesma carta, Dara também pediu a aprovação de uma nova legislação que permita aos contratados acessar mais benefícios públicos sem os classificar como empregados.
“Meu objetivo, ao escrever para você, não é pedir ajuda à Uber, mas sim apoio aos trabalhadores independentes e, uma vez que passamos pela crise imediata, a oportunidade de fornecer legalmente a eles uma verdadeira rede de segurança daqui para frente”, Khosrowshahi disse na carta.
Os motoristas do app foram particularmente afetados pela pandemia de coronavírus. De acordo com o CEO, o volume de viagens da empresa diminuiu de 60 a 70% nas cidades como Seattle. No início deste mês, a Uber informou que forneceria aos seus motoristas até 14 dias de assistência financeira se eles não puderem trabalhar devido a um diagnóstico de COVID-19.
Atualmente, o projeto do pacote de estímulo econômico dos EUA prevê que a maioria dos americanos receba um depósito direto de US$ 1.200,00 do governo. Além disso, a iniciativa permitiria que algumas pessoas acessassem até 39 semanas de seguro-desemprego. Como contratados, motoristas da Uber e trabalhadores da entrega não têm direito ao seguro-desemprego.
Na segunda parte da carta, o CEO pede ao governo para fornecer mais proteções aos contratados da Uber: “Simplificando, nossas leis devem proteger todos os trabalhadores, não apenas um tipo de trabalho. Peço que você aja rapidamente para fornecer proteção aos trabalhadores independentes e em seus esforços contínuos para considerar a ação legislativa de uma terceira via que atualizaria nossas leis trabalhistas para remover a escolha forçada entre flexibilidade e proteção para milhões de trabalhadores americanos”.
A Uber tem resistido consistentemente à legislação que levaria a empresa a tratar seus trabalhadores como empregados regulares. Assim, uma decisão do governo de cuidar dos trabalhadores autônomos seria extremamente vantajosa para o modelo de negócios da empresa.