Pesquisa usando modelo de IA projeta fim da pandemia para dezembro
Pesquisadores ainda alertam que o método utilizado e os dados não conseguem capturar com precisão a complexidade e a natureza dinâmica da doença
Pesquisadores da Universidade de Tecnologia e Design de Cingapura tentaram responder à pergunta que todos querem saber: quando a pandemia de coronavírus vai acabar? O resultado, segundo as previsões que usam um modelo matemático conhecido como SIR, é: dezembro.
O método calcula a propagação e recuperação de doenças. Os cientistas alimentaram o modelo com dados sobre infecções confirmadas, testes realizados e mortes registradas, para estimar o ciclo de vida da COVID-19. Com isso, globalmente o sistema prevê que a pandemia termine em dezembro.
Estima-se, ainda, que a data final varie imensamente entre os países, de junho na Austrália a outubro na Itália, por exemplo. No Brasil, a previsão é que a Covid-19 termine entre junho (97%) e setembro (100%).
Os pesquisadores ainda alertam que o modelo e os dados não conseguem capturar com precisão a complexidade e a natureza dinâmica da doença, mas acreditam que as previsões podem ajudar num planejamento proativo que evita iniciar bloqueios tarde demais ou relaxar restrições do isolamento social muito cedo.
A pesquisa ressalta que a história mostra que a evolução das pandemias não é completamente aleatória. Eles seguem um ciclo de vida que começa no surto, acelera com o pico de infecções e depois desacelera até desaparecer. Todos esses estágios são influenciados por políticas governamentais e ações individuais em cada país – bem como por suas situações anteriores ao surto.
Para a equipe de cientistas, isso garante que o estudo pode ajudar a prever o ciclo de vida do coronavírus no mundo. A pesquisa reuniu informações de um conjunto de dados sobre a Covid-19 montado pelo Our World in Data, uma organização de pesquisa que investiga os maiores problemas do mundo.
Os pesquisadores enfatizam que suas previsões devem ser tratadas com cautela. O excesso de otimismo poderia diminuir prematuramente a disciplina individual e as restrições governamentais, estendendo a pandemia. Eles alertam que a precisão do modelo depende da qualidade dos dados, que geralmente não são confiáveis e são relatados de maneira diferente em todo o mundo.
Também não é possível prever os efeitos das decisões políticas de cada país e como elas impactam os resultados. Além disso, as previsões serão menos úteis para os países nos estágios iniciais da pandemia, pois eles só têm dados para uma pequena parte do seu ciclo de vida.
A pesquisa completa pode ser lida aqui.