60% da produção global de séries de televisão deve ser afetada pela pandemia até o fim de 2021
Programas não roteirizados devem normalizar operações até o fim do ano e aumentar a quantidade de produção até que o resto da indústria passe pelo mesmo processo, enquanto isso
Um novo estudo conduzido pela Ampere Analysis revela que o impacto da pandemia na produção global de séries para a televisão deve continuar até o fim de 2021, segundo o Deadline. A análise indica que até 60% dos programas marcados para ir ao ar este ano no meio devem sofrer atrasos, enquanto 10% de dramas e comédias planejadas para estrear no mercado devem deixar de existir com a crise oriunda do coronavírus.
De acordo com a Ampere, a expectativa é de que no segundo semestre de 2020 as emissoras passem a lançar mensalmente algo em torno de 5% a 10% a menos de novos episódios, com mais da metade dos títulos correndo sérios riscos de passarem por atrasos. A produção de programas não roteirizados (reality shows, por exemplo), enquanto isso, deve retornar à normalidade apenas no fim do ano.
Para fins de comparação, desde o período compreendido entre março e maio de 2019 apenas 51% aprovados ao redor do globo foram ao ar, com a demanda caindo em até 40% no mesmo momento de tempo em 2020. E a oferta de novos conteúdos no próximo ano deve cair ainda mais devido a pandemia, segundo os analistas da Ampere.
“Há apenas uma certeza em meio ao atual clima de incerteza, que a pandemia do Covid-19 vai mudar a produção da indústria da TV até muito depois do fim da quarentena.” escreve o analista sênior Fred Black sobre o estudo, comentando ainda que o dano maior deve rolar no número de comissões de séries: “Nós inicialmente prevemos que os atrasos gerem intervalos na programação de lançamento de programas roteirizados, com emissoras e serviços de streaming tendo que preencher o período com outros tipos de conteúdo. Porém, conforme estas produções atrasadas comecem a preencher outros vácuos de conteúdo nos meses posteriores, estes intervalos vão começar a fechar. Mas há mais ramificações implícitas nisso tudo.” afirma, ressaltando ainda que o número de realities e programas não roteirizados deve aumentar nos próximos meses exatamente para preencher este tempo vazio.