DC Comics encerra contrato com maior e principal distribuidora de quadrinhos nos EUA
Editora a partir de agora vai fragmentar distribuição de seus quadrinhos, dividindo entre três empresas o controle da venda de gibis e graphic novels ao varejo
A DC Comics nesta sexta-feira (5) anunciou o encerramento da parceria com a Diamond Comics Distributors, principal e maior rede distribuidora de quadrinhos nos Estados Unidos. A decisão foi comunicada aos revendedores por e-mail e também prevê a divisão da compra de produtos: enquanto os gibis periódicos da companhia poderão ser adquiridos pela Lunar Distribution e a UCS Comic Distributors, a Penguin Random House será responsável pelo envio dos carregamentos de graphic novels.
“Nós reconhecemos que para muitos de vocês isto pode parecer como uma decisão momentânea” escreve a editora no comunicado; “Entretanto, podemos garantir a vocês que esta alteração nos planos de distribuição da DC não foi feita de maneira leviana e é resultado de um longo período de reflexão e considerações. As mudanças de direção estão em linha com a visão estratégica geral da companhia de melhorar a saúde e de fortalecer o mercado direto, assim como aumentar o número de fãs que leem os quadrinhos ao redor do globo”. A empresa ainda afirma que o contrato com a Diamond ainda vai valer para pedidos feitos até o dia primeiro de junho, com a requisição de novos títulos já tendo sido desabilitada.
A mudança tem tudo para explodir o mercado estadunidense de quadrinhos, que desde os anos 90 vê a Diamond exercer um monopólio virtual do segmento ao ser responsável pela distribuição exclusiva dos periódicos das duas maiores editoras, a Marvel Comics e a DC Comics. O rompimento, no caso, se dá muito por conta da pandemia do coronavírus, que forçou a distribuidora a paralisar operações e segurar pagamentos a todos os seus clientes, o que gerou crises de atendimento com os dois maiores.
Sem a DC, a Diamond agora perde uma fatia de aproximadamente 30% das vendas, que acontecem pelas vias do esquema de mercado direto – ao invés das lojas comprarem das editoras, eles encomendam pacotes de uma distribuidora que arca com as dívidas subsequentes. Enquanto a rede deve sofrer um impacto comercial forte (sem contar o estado de temor da Marvel seguir os passos), a divisão proposta pela editora sugere um interesse em separar efetivamente o mercado de quadrinhos em dois, atendendo o público tradicional quanto o mainstream, que hoje consome o meio em livrarias.