IBM desiste de investir e desenvolver tecnologias de reconhecimento facial
CEO da empresa demonstra preocupação e pede reflexão sobre vender a tecnologia para forças da lei
A tecnologia de reconhecimento facial é uma das mais controversas, ao passo que é também uma das mais procuradas por governos e autoridades na última década. A IBM, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, decidiu se afastar desse mercado, e afirmou que não mais investirá, pesquisará, desenvolverá ou oferecerá qualquer tecnologia ligada diretamente ao assunto.
A novidade foi anunciada pelo próprio CEO da empresa, Arvind Krishna, por meio de uma carta publicada no site da empresa. A tecnologia vinha sendo aperfeiçoada ao longo da última década e se tornou uma poderosa ferramenta de controle social e opressão por parte de forças policiais pelo mundo. Em muitos lugares, o uso de softwares do tipo era utilizado de forma que violava os princípios básicos de liberdade e feria também a declaração dos direitos humanos.
“A IBM não vai tolerar e se opõe firmemente ao uso da tecnologia de reconhecimento facial, incluindo tecnologias oferecidas por outras empresas para monitoramento de massas, definição de perfil racial, violação básica de direitos humanos e liberdades e nenhum outro propósito que não esteja de acordo com nossos valores e princípios de honestidade e transparência” afirma Krishna no documento.
A tecnologia estava sendo mais utilizada com o passar do tempo. Se antes, apenas poucos governos como da China utilizavam para monitorar sua população, hoje países como a Inglaterra já fazem uso de softwares do tipo para monitorar seus cidadãos – mesmo que a polícia inglesa prometa só utilizar o sistema para procurar indivíduos da lista de procurados ou em locais povoados por turistas e vendedores.