PepsiCo anuncia mudança na linha de produtos Aunt Jemima por estereótipo racista
Decisão vem no momento em que muitas empresas estão fazendo mudanças em reconhecimento aos protestos antirracistas após o assassinato de George Floyd
A PepsiCo anunciou uma mudança completa na linha Aunt Jemima, que inclui um novo logo e um novo nome para produtos como panquecas e xaropes. A marca foi criada em 1889 e adquirida pela Quaker Oats em 1926. Hoje, a Quaker pertence à PepsiCo, que informou a mudança sem especificar qual será o novo nome da linha nem como será a embalagem atualizada.
De acordo com a PepsiCo, os consumidores começarão a ver as mudanças nas embalagens sem a imagem da tia Jemima a partir do quarto trimestre deste ano, e o novo visual será apresentado em breve.
A decisão chega num momento em que muitas empresas estão realizando mudanças e revisões de suas práticas em reconhecimento aos protestos antirracistas após o assassinato de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, no dia 25/05. “Reconhecemos que as origens de Aunt Jemima se baseiam em um estereótipo racial”, diz Kristin Kroepfl, vice-presidente e diretora de marketing da Quaker Foods North America, em comunicado. “Continuaremos a conversa reunindo diversas perspectivas de nossa organização e da comunidade negra para evoluir ainda mais a marca e torná-la uma que todos possam se orgulhar de ter em sua despensa”, completa.
Ao Adweek, Marilyn Kern-Foxworth, autora do livro “Aunt Jemima, Uncle Ben, and Rastus: Blacks in Advertising, Yesterday, Today, and Tomorrow”, explica que a imagem usada da mulher nos produtos está enraizada em figuras da época da escravidão e em estereótipos racistas popularizados em produções no período após a Guerra Civil.
Segundo a PepsiCo, o rebrand pretende ajudar a marca “evoluir ao longo do tempo com o objetivo de representar mães amorosas de diversas origens que desejam o melhor para suas famílias”.
A empresa também anunciou a doação de US$ 5 milhões nos próximos 5 anos para “criar apoio e engajamento significativos e contínuos na comunidade negra”.