Collision from Home: o que era velho pode ser novo (de novo)
Como as mudanças repentinas do cenário podem afetar nossa percepção sobre tecnologias vistas até então como ultrapassadas
Além do Cannes Live, outra conferência que está rolando nesta semana é a Collision from Home, um evento do mesmo grupo dos organizadores do Web Summit e com a mesma dinâmica de “talks” curtinhos com assuntos bem demarcados.
Ontem (25) de tarde, vendo um painel chamado “It’s an app-eat-app world”, ouvi John Koetsier, da Forbes, falar a frase que inspirou esse artigo: “what’s old is new again”.
Ele e a Magda Seghete, fundadora de um app chamado Branch, estavam falando sobre a volta dos QR Codes. Eles pareciam ter morrido há alguns anos atrás, mas o mundo dos meios de pagamento os trouxeram de volta, com uma nova e importante função – e se você já usou aplicativos como o PicPay já sabe do que eu estou falando.
Isso me lembrou de algo que ouvi sobre Steve Jobs há algum tempo, sobre como sua maior habilidade era olhar para as coisas que aparentemente não tinham mais propósito e repensar como usá-las. Dizem que foi assim que ele criou as telas touch dos hoje tão comuns iPhones e iPads, ao comprar uma empresa que tinha a tecnologia mas na época era usada para outra finalidade, criando para ela um novo uso (revolucionário, na época).
Também me fez pensar sobre mais coisas que estão voltando, em tempos pandêmicos. Os drive-ins, por exemplo! Tenho sido impactada por convites para eventos assim que são realizados por marcas, lanchonetes, empresas. Pode ser algo passageiro, mas pode ser que venha pra ficar também.
A outra reflexão que fiz é sobre a nossa reação quase automática de buscar no novo a solução pros problemas – quando, muitas vezes, algo que já existe pode ser a resposta, na linha do que contei ali em cima sobre o Steve Jobs. E sobre um quase “preconceito” que a tecnologia nos fez criar com relação ao que é analógico.
E aí decidir seguir o conselho de Scott Galloway, sobre o qual escrevi ontem, de aproveitar a pandemia pra repensar sobre os “pilotos automáticos” em que a gente entra – e encontrar significados novos pra coisas, aparentemente, antigas.