Depois de décadas de críticas, Washington Redskins vai alterar nome e logo racistas
Mudança acontece em vista dos protestos sobre a morte de George Floyd, que levaram patrocinadores importantes como a FedEx a pressionar o clube sobre o tema
O Washington Redskins anunciou nesta segunda (13) a decisão de mudar oficialmente o nome e logo do time, que usa a imagem e faz referência aos povos indígenas estadunidenses de forma preconceituosa. A medida é oficializada cerca de dez dias depois do time da NFL iniciar um processo de revisão sobre a marca, mas ainda não teve comunicado seus substitutos oficiais.
A mudança é mais um fruto dos protestos sobre a morte de George Floyd e o movimento do Black Lives Matter, que aumentaram a pressão em cima do clube para rever seu branding depois de décadas de críticas sobre seu viés racista. No comunicado oficial à imprensa, o atual dono Dan Snyder e o técnico do time principal Ron Rivera escrevem que irão “desenvolver um novo nome e design que valorizem a posição da orgulhosa, tradicional e rica franquia e inspire patrocinadores, fãs e a comunidade pelos próximos cem anos”.
A polêmica com o nome é antiga e ocorre justamente por conta do termo “Redskins”, uma denominação racista muito usada nos séculos 19 e 20 nos EUA para diminuir povos indígenas – já que sua cor de pele seria motivo suficiente para diferenciá-los das populações brancas. Como o nome e o logo são utilizados desde a fundação do clube em 1932, a mudança era vista como inviável pelos donos – incluindo o próprio Snyder, que dono do time desde 1999 já havia dito em outras ocasiões que a franquia “nunca” passaria por rebranding e defendia que o título era uma “homenagem” a estes povos.
A onda recente de protestos e as questões raciais levantadas por estes, porém, levaram muitos a reconsiderar a posição em torno do assunto – incluindo os principais apoiadores financeiros do time. No começo do mês, a FedEx – que é a maior patrocinadora do clube a ponto de ter os direitos de nome do estádio oficial do Redskins – lançou uma carta oficial ameaçando encerrar a parceria caso o nome não fosse alterado, num processo que de acordo com o Adweek foi acompanhado posteriormente dos co-patrocinadores PepsiCo e Nike e outros 87 investidores.
O time de futebol americano não é o único que passa por pressões para rever a marca perante o histórico racista. Além dele, o clube de hóquei Chicago Blackhawks e as equipes de beisebol Atlanta Braves e Cleveland Indians também passam por intensa pressão para alterar o branding, mas apenas o último de fato está passando por um processo interno de decisão – sendo que há dois anos ele aposentou o mascote “Chief Wahoo” pelos mesmos motivos. Tanto o Braves quanto o Blackhawks negaram qualquer possibilidade de mudança.
Ainda sobre o caso do Redskins, há quem argumente que o processo de transição do nome ainda não foi concluído em público porque o clube estaria enfrentando um pequeno problema de falta de opções. De acordo com repórter da CBS Sports Will Brinson, o time teria sido pego de surpresa por uma série de nomes pré-registrados por outras partes que inviabilizaram opções como “Radskins”, “Tribe” e até “Veterans”.