Após vilanizar Black Lives Matter em trailer de jogo, Ubisoft se desculpa
Empresa promete corrigir a referência que tratava o movimento como "terrorista" a ser eliminado no jogo
Era pra ser mais um grande anúncio da Ubisoft, um dos maiores estúdios da indústria dos games, mas o trailer de “Tom Clancy’s Elite Squad” se tornou trending topics e polêmica instantânea após sua divulgação. O vídeo apresenta um esquadrão de elite paramilitar que precisa conter ou eliminar “terroristas” que organizam manifestações urbanas e que, curiosamente, possuem um símbolo idêntico ao do Black Lives Matter.
Como você pode ver na imagem acima, o punho cerrado é praticamente idêntico ao do Black Lives Matter, o que causou uma enorme discussão na internet, com direito a boa parte da comunidade gamer acusando o jogo de ser fascista. A empresa se desculpou e prometeu corrigir as imagens.
A Ubisoft assumiu totalmente seu lado fascista nesse jogo. É literalmente sobre comandar uma força militar e matar integrantes de um movimento igualitário que luta por mudanças, como o Black Lives Matter. Há um personagem que é referência ao Bope. Boicotem. pic.twitter.com/Ehg8S6uF3V
— Rique Sampaio (@RiqueSampaio) August 29, 2020
“As imagens que apareceram na sequência de vídeo de abertura de “Tom Clancy’s Elite Squad” com um ‘punho erguido’ eram insensíveis e prejudiciais tanto em sua inclusão quanto na forma como foi retratada. Ouvimos e agradecemos os jogadores e a comunidade em geral que apontaram isso e pedimos desculpas. Esta imagem do ‘punho levantado’ será removida na próxima atualização do título nesta terça-feira, 1 de setembro, nos dispositivos Android e logo que possível no iOS.”
O timing não poderia ser pior. A divulgação do trailer ocorre na mesma semana em que um jovem assassinou dois manifestantes do Black Lives Matter nos Estados Unidos e em que uma milícia supremacista foi banida do Facebook por planejar um atentado contra o movimento.
Independente da correção, o fato é que o jogo já chega sob polêmica não só pela imagem, mas por toda a sua proposta de colocar o jogador no papel de uma força militar que vai atacar manifestantes que são vistos como “terroristas”. Tendo ou não o símbolo do Black Lives Matter no jogo, a alusão permanece.
