Um morto muito louco: AMC enfim anuncia o fim de “The Walking Dead” para a 11° temporada
Última leva de episódios será expandida e dividida em duas, porém (fora todos os derivados envolvidos)
Poucas coisas hoje soam mais inexplicáveis na TV estadunidense que “The Walking Dead”. Há dez anos um dos principais responsáveis pela popularização das histórias de zumbi na cultura pop, a série rapidamente deixou de ter um status de “grande atração” para virar uma espécie de tormento no qual o público parecia competir para ver quem conseguia aguentar o sofrimento até o fim. A boa notícia do dia é que, bem, este final enfim está chegando.
Emissora responsável pela produção da série, a AMC confirmou nesta quarta (9) que o seriado será encerrado depois do fim de sua 11° temporada, que por enquanto está prevista para ir ao ar em 2021. Há uma reviravolta no anúncio, porém: além da produção ter sido obrigada a dividir em dois momentos a veiculação do 10° ano por conta da pandemia (que impediu a finalização das filmagens de metade dos capítulos), a última temporada também vai ser divida em duas partes e expandida, com 24 episódios previstos para serem exibidos até o fim de 2022.
Se não basta a esticada, vale acrescentar que a emissora também aprovou a realização de mais derivados baseados na adaptação dos quadrinhos de Robert Kirkman. O primeiro e mais “estrelado” é um focado nas aventuras dos personagens de Daryl Dixon e Carol Peletier, efetivados como protagonistas depois da saída de Andrew Lincoln e interpretados respectivamente por Norman Reedus e Melissa McBride – que obviamente retornam aos papéis para o projeto. Embora detalhes não tenham sido divulgados, a Variety confirma que a atual showrunner de “The Walking Dead” Angela Kang e o diretor de conteúdo da marca Scott Gimple estão por trás da criação da nova série.
Já o outro “filho” é “Tales of The Walking Dead”, uma antologia concebida por Gimple que a princípio deve contar histórias isoladas do universo pós-apocalíptico da produção e incluir episódios temáticos centrados em personagens específicos do cânone. Ambos os derivados se juntam a “Fear The Walking Dead”, que começa ainda este ano sua sexta temporada, e o “The Walking Dead: World Beyond”, cujo debute acontece oficialmente no próximo dia 4 de outubro no canal. Há ainda o “Talking Dead”, o programa de variedades que serve de “after” oficial dos episódios, e a série de filmes que a Universal Pictures desenvolve em torno do antigo protagonista Rick Grimes.
Por mais exaustivo que toda essa estratégia pareça, ela faz sentido. Embora a série já há tempos não registre a mesma audiência do início, “The Walking Dead” sofreu um dano evidente nos números com a saída de Lincoln, registrando até mesmo um valor inferior a 3 milhões de espectadores na estreia do décimo ano – um número preocupante, se considerar que em seu auge na quinta temporada a produção quase bateu a faixa dos 15 milhões por episódio. Neste cenário, faz muito mais sentido apostar em derivados que podem chamar a atenção de novos públicos que continuar a investir na raiz que não mais parece apta à glória.