Marca dos pratos indestrutíveis, Duralex quebra e entra com pedido de recuperação judicial
Fabricante perdeu 60% dos negócios que tocava fora da França por conta da pandemia; Nadir Figueiredo confirma que operações na América do Sul continuam sem alterações
Poucas empresas são tão famosas no ramo de louças quanto a Duralex, que por décadas é sinônimo de pratos de qualidade e inquebráveis – e quem não teve ou viu um dos utensílios âmbar deles que atire o primeiro prato no chão. Mas até mesmo uma companhia tão veterana quanto a fabricante francesa sofreu com os reveses da atual pandemia, a ver pelo pedido de recuperação judicial submetido pela empresa nesta sexta (25) na França.
De acordo com o G1, depois de 75 anos de história a Duralex será obrigada a apresentar um plano de pagamento de dívidas ao tribunal de comércio da cidade de Órleans para evitar que quebre de vez e feche as portas. Procurada pelo Le Monde, o atual presidente da companhia Antoine Ioannidès diz que o procedimento é resultado de uma queda de mais de 60% nas exportações de louças gerados pelo coronavírus, que fez desabar os negócios tocados ao redor de todo o globo – um problema, se considerar que 80% da empresa era tocado fora da França.
O presidente também confirma que a princípio todos os 248 funcionários do quadro continuam a trabalhar enquanto a estratégia é elaborada e representantes legais fazem o levantamento de créditos da empresa. Como é normal nos procedimentos de recuperação judicial, todas as dívidas carregadas pela fabricante estão congeladas pelo processo e devem permanecer assim pelos próximos seis meses, que servirão de observação para o tribunal definir se a companhia deve ou não continuar de pé.
O curioso é que o procedimento em tese não afeta por enquanto as operações das subsidiárias da Duraflex – incluindo o Brasil. Em nota ao G1 e à Folha de São Paulo, a atual dona da operação da marca na América do Sul Nadir Figueiredo escreve que “Os produtos da marca Duralex como os pratos, xícaras e a linda linha de mesa Duralex Opaline continuarão trazendo beleza à mesa dos consumidores” enquanto os devidos procedimentos legais seguem em curso na França.