Twitter vai revisar algoritmo depois de acusações de racismo no recorte das imagens
Rede social vai aumentar capacidade do usuário de customizar como a imagem vai ser exibida nas publicações, assumindo uma política de "o que você vê é o que você vai ter"
O Twitter desde meados de setembro se vê no meio de uma polêmica envolvendo o seu algoritmo responsável pelo recorte das imagens na rede social, com a inteligência artificial sendo acusada por muitos usuários de ser racista ao selecionar o que exatamente aparecerá em imagens que escapam ao formato. O teste que ficou famoso na plataforma é um que envolve imagens do senador estadunidense Mitch McConnell e o ex-presidente do país Barack Obama, com a IA sempre preferindo o primeiro ao segundo independente da posição.
Depois de divulgar no início da semana que tomaria ações sobre o problema, o Twitter nesta sexta (2) enfim deu mais detalhes sobre como serão feitos os ajustes. No blog oficial da companhia, o chefe de tecnologia Parag Agrawal e o líder de design Dantley Davis escrevem que o problema pode ter surgido de um erro de abordagem da rede social no desenvolvimento do algoritmo, que foi testado para verificar tendências problemáticas relacionadas a raça e gênero mas nunca publicou os resultados para o público.
“Nós no momento estamos conduzindo uma análise adicional para aumentar o rigor de nossos testes, estamos comprometidos em compartilhar nossos resultados e continuamos a exporar formas de abrir o código de nossa análise para que outros possam nos ajudar” afirmam os dois executivos no comunicado, que também anuncia que o Twitter vai diminuir o foco no uso de sistemas de machine learning para fazer o recorte das imagens. A nova meta da empresa é desenvolver ferramentas que mostrem aos usuários como as imagens que eles publicam vão ser exibidos dentro da plataforma, aumentando assim as possibilidades de customização do post.
Uma data final para o lançamento desta atualização não foi divulgado, mas a rede social declara assumir agora como princípio uma política de “o que você vê é o que você vai ter” para o design do produto. A mudança de visão acontece dois anos depois do Twitter assumir o uso de IA para o departamento, que até então era gerido na base de reenquadramentos na detecção de faces.