Microsoft passa a permitir que funcionários trabalhem de casa de forma permanente
Quem tiver interesse pelo home office poderá até mesmo operar de outro país
A Microsoft começou a permitir esta semana que seus funcionários optem pelo regime de trabalho em casa de forma permanente. A informação vem do The Verge, que teve acesso a um novo guia de políticas internas da companhia que apresenta novos planos de flexibilização do trabalho, incluindo aí um “ambiente de trabalho híbrido” para quando a pandemia acabar e os escritórios nos EUA forem reabertos.
De acordo com o documento, a empresa a partir de agora vai possibilitar aos trabalhadores que trabalhem de casa por mais de 50% das horas semanais, com gerentes sendo habilitados a aprovar o home office em caráter permanente. Os funcionários que preferirem essa opção terão que abdicar de seu espaço no escritório, mas poderão ainda utilizar os espaços comunitários da Microsoft.
Em uma carta recentemente encaminhada ao quadro geral de funcionários, a CPO Kathleen Hogan confirma que a decisão é reflexo da atual pandemia e escreve que o cenário global desafiou a companhia a “pensar, viver e trabalhar de novas maneiras”. “Nós vamos oferecer o máximo possível de flexibilidade para apoiar os estilos individuais de trabalho, enquanto balanceamos as necessidades dos negócios e garantimos que nós continuemos a viver a cultura da empresa” diz a executiva.
Como é de se esperar, nem todo cargo poderá recorrer ao trabalho remoto em caráter integral – há quem precise diariamente recorrer aos laboratórios, centrais de dados e treinamento ao vivo da empresa, por exemplo. Mas o documento de diretrizes da Microsoft também diz que quem tiver como recorrer ao home office poderá até mesmo pedir para trabalhar de fora do país, viabilizando assim mudanças internacionais em determinadas posições – os custos de realocação ficam a cargo de cada trabalhador, porém. Por fim, os horários poderão ser flexibilizados com a aprovação dos gerentes envolvidos, enquanto salários e benefícios serão ajustados de acordo com cada caso.
A decisão acompanha as medidas da Microsoft nos primeiros meses da pandemia, que foram marcados não apenas pela política mandatória do home office como pela opção em abril de sediar apenas eventos digitais até julho de 2021. Ela também acompanha os últimos desdobramentos no Vale do Silício, que aos poucos tem se mostrado mais aberto ao trabalho remoto: enquanto o Facebook e o Google estenderam o modelo para 2021, o Twitter também decidiu institucionalizar o home office já no mês de maio – a Netflix, por sua vez, segue no regime de trabalho até o momento em que uma vacina existir, para o desespero de Reed Hastings.