“Estas ferramentas podem ser viciantes”, diz CEO do Twitter sobre redes sociais
Jack Dorsey também acredita que usuários precisam ter acesso a mais informações sobre seu comportamento nas redes sociais para melhorar sua relação com os aplicativos
Assim como grande parte do mundo, Jack Dorsey acredita que as redes sociais são viciantes. Depois de anos de muitas evasivas, o CEO do Twitter enfim deu o braço a torcer no tema nesta terça (17), durante uma nova audiência na Comissão do Senado dos Estados Unidos – agora sobre a ação das plataformas para moderar conteúdo durante as eleições presidenciais do país deste ano.
De acordo com a Business Insider, o momento aconteceu quando Dorsey e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foram questionados pelo senador Lindsey Graham sobre se suas respectivas plataformas poderiam viciar os usuários. Dorsey deu uma resposta afirmativa – e incisiva:
“Eu acredito, como todo mundo, que estas ferramentas podem ser viciantes, e nós devemos ter consciência disso, reconhecê-lo e garantir que nós estamos deixando nossos clientes atentos dos melhores padrões de uso. Quanto mais informação melhor neste caso”
Jack Dorsey, CEO do Twitter
Já Zuckerberg fez o sabonete e disse que seria “inconclusivo” o debate em torno desta relação do público com redes sociais, comentando que “a maior parte da pesquisa sugere que a maioria das pessoas não percebem a experiência com estes serviços como viciante”. O criador do Facebook também disse perante o senado que – assim como Dorsey – acredita e foca na missão de que “controles deveriam ser dados às pessoas para ajudar a gerenciar melhor sua experiência”.
Enquanto ambos os executivos concordam sobre a disponibilidade de mais informações sobre o tema como única forma de combate ao vício em seus produtos (uma afirmação que desperta controvérsia entre especialistas), a discussão em si já acontece há algum tempo no meio e ganhou bastante repercussão nos últimos tempos com o documentário “O Dilema das Redes”. O curioso é que na época da recepção do filme o Facebook exibiu uma atitude bastante diferente, classificando as acusações dos entrevistados de sensacionalistas no tratamento do que considerava “problemas sociais difíceis e complexos”.