Com 50 anos de dados, novo estudo confirma o óbvio: não taxar os ricos aumenta a desigualdade social
Pesquisa da London School of Economics e do King's College London ainda aponta que medida não melhora a performance econômica nacional ou soluciona o problema do desemprego
Um novo estudo publicado esta semana pela London School of Economics e o King’s College London revelou uma informação um tanto óbvia, mas pra lá de importante os rumos econômicos do mundo: isentar os mais ricos de maiores taxações de fortunas não ajuda a fortalecer a economia dos países ou mesmo gerar empregos. E de acordo com a base de 50 anos de dados da pesquisa, o efeito é justamente o contrário (e muito alardeado), com a desigualdade social aumentando a passos largos em nações que optaram por este modelo de administração sobre seus impostos.
Assinado pelos pesquisadores David Hope e Julian Limberg, o estudo batizado de “The Economic Consequences of Major Tax Cuts for the Rich” chega a tal conclusão a partir da análise econômica de 18 países que beneficiam de maneira predominante as camadas sociais mais ricas nas últimas cinco décadas. Tanto a curto quanto longo prazo, Hope e Limberg escrevem que há “fortes evidências que cortar taxas dos ricos aumentam a desigualdade mas não geram nenhum efeito no crescimento ou desemprego nacional” – por outro lado, a receita da galera na faixa do 1% mais rico aumenta em quase 1% com medidas do tipo.
O estudo é um forte contraponto a teses que afirmam que ações em favor dos mais ricos seriam capazes de gerar uma espécie de efeito dominó que beneficiaria os mais pobres, graças a um favorecimento do “esforço” das camadas abastadas em impulsionar a economia local. Entre 1965 e 2015, porém, a dupla de pesquisadores não registrou um resultado do tipo em países como Estados Unidos, Japão e Noruega.
Hope e Limberg ainda afirmam que seus achados estão de acordo com um outro estudo de 2014 publicado pela American Economic Journal, que já sugeria que menores taxas para grandes fortunas apenas ajudava os donos destas riquezas a conseguir maiores pagamentos. “Cortar taxas dos ricos aumenta as fatias de receita no topo, mas não gera efeito na performance econômica”, concluem.
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