Twitter deleta 70 mil contas relacionadas ao QAnon e perfis republicanos sofrem queda no número de seguidores
Ação se dá pela incitação à violência do conteúdo compartilhado, mas teve como efeito a queda significativa no número de seguidores de políticos como Ted Cruz, Josh Hawley e Matt Gaetz
Além de banir Donald Trump, o Twitter também desde a última sexta-feira (8) vem promovendo uma limpa na base de usuários com base na filiação ao QAnon, teoria da conspiração que busca alimentar uma insurreição por parte dos apoiadores do atual presidente dos EUA contra o país. O resultado da ação é bastante impactante: mais de setenta mil contas que alimentam a desinformação foram deletadas ao longo dos últimos 3 dias.
A decisão sem dúvida é reflexo do ataque ao Capitólio na semana passada, conforme o Washington Post reporta que uma imensa quantidade dos terroristas se identificavam como apoiadores da conspiração QAnon. O Twitter declara no anúncio oficial que as contas removidas “estavam engajadas no compartilhamento de conteúdos danosos e em escala associados ao QAnon”, de forma a “proteger a conversa em seu serviço de tentativas de incitação à violência, ataques organizados e ao compartilhamento de informações deliberadamente falsas sobre o resultado das eleições”.
O mais interessante, porém, é que a redução drástica de contas espalhando desinformação relacionada ao tema coincidiu com uma queda no número de seguidores em perfis oficiais de membros do partido republicano dos EUA. Nomes como Ted Cruz, Josh Hawley e Matt Gaetz tiveram detectados uma perda significativa nos seguidores pela firma de pesquisa Social Blade, além da recém-eleita deputada Marjorie Taylor Greene, que fez campanha com base no eleitorado do QAnon.
O esforço é mais um capítulo na relação do Twitter contra o movimento, conforme a companhia já havia deletado em julho de 2020 cerca de sete mil contas com base nessa filiação. O número é maior desta vez, claro, mas a rede social confirma que múltiplas contas eram operadas por um mesmo grupo de indivíduos. Além disso, alguns perfis adicionais tomaram restrições da plataforma após compartilharem “conteúdos associados” ao tema.