Venda do TikTok à Oracle é suspensa por tempo indeterminado por Joe Biden
Medida é feita para reavaliar riscos detectados pela administração anterior sobre a segurança do aplicativo
O que faz uma transição de governo: depois de passar o último ano na berlinda e ajudando a agitar tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China – com direito a perda de um CEO no processo – o TikTok tem um futuro menos intenso agora que Joe Biden sucedeu Donald Trump no governo norte-americano. A começar pela venda forçada de suas operações no país para a Oracle e o Walmart, que nesta quarta (10) foi suspensa por tempo indeterminado pela nova administração.
A informação vem de fontes do Wall Street Journal, que apontam que a medida foi tomada para permitir que Biden e sua equipe reavaliem toda a condução do governo Trump sobre o tema dos riscos de segurança oferecidos por companhias chinesas de tecnologia. Embora a venda ainda não tenha sido desligada oficialmente, agora há chances reais da conversa ser conduzida em termos muito diferentes e levar a negociação entre as partes a um ponto onde uma compra possa ser dispensada.
Entre as medidas consideradas pelo TikTok e o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), é discutida a alternativa de enviar os dados obtidos pela rede social para uma terceira parte externa e “confiável” aos olhos do governo norte-americano, permitindo assim uma avaliação para detectar se informações da população estariam sendo desviadas para o governo chinês. Seria uma forma de evitar atritos, em especial com a China – que é contra a venda de sistemas desenvolvidos no país para outras nações.
Como em vezes anteriores, o calendário em torno do assunto segue um loucura. Depois do prazo final da venda passar sem qualquer novidade em 4 de dezembro (isso após o TikTok processar a CFIUS por negligência no trato da questão em novembro), Biden agora tem até o próximo dia 18 de fevereiro para oferecer uma resposta legal à contestação movida pela rede social sobre seu bloqueio no território. É uma decisão importante, dado que pode sinalizar todo o direcionamento do novo governo sobre a relação com a China.