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Google vai parar de vender anúncios de acordo com histórico de navegação
Com fim dos cookies de rastreio, Chrome vai mudar modelo de publicidade segmentada para sistema que não acompanhe a navegação do usuário
O Google em janeiro anunciou que ia começar a retirar cookies de rastreamento de terceiros do Chrome em busca de proporcionar maior privacidade a seus usuários, mas não havia deixado claro. Nesta quarta (3), porém, a companhia confirmou que não vai substituir o sistema por outro similar, uma medida que na prática representa um grande golpe na indústria de publicidade online que construiu a companhia nos últimos anos.
A afirmação é explicitada no blog oficial da empresa pelo diretor de gerenciamento de produto, privacidade de anúncios e confiança David Temkin, que escreve que “uma vez que os cookies de terceiros sejam retirados, nós não vamos construir identificadores alternativos para rastrear indivíduos conforme eles navegam pela rede, ou usá-los em nossos produtos”. No lugar, Temkin escreve, o Google pretende utilizar “APIs que preservem a privacidade” do público em seus produtos, de forma a “impedir o rastreio individual enquanto mantendo a entrega de resultados a anunciantes e publishers”.
A medida é radical porque em tese impede que anunciantes tenham a possibilidade de rastrear o movimento dos usuários entre sites, uma medida que se torno comum na venda de publicidade online por permitir um maior entendimento de como o público se comporta na rede. A prática gerou uma ruptura na confiança do usuário com o meio, e empresas como o Google buscam reparar isso agora – a medida de bloqueio de cookies de terceiros já foi implantada por concorrentes como o Firefox e o Safari.
Isso não quer dizer que a publicidade online esteja com os dias contados, claro, conforme o próprio Google escreve no comunicado de hoje que vai providenciar um novo modelo que seja menos invasivo. A companhia criou no meio de 2020 o Privacy Sandbox exatamente para respeitar as regras de privacidade enquanto mantendo o acesso a anunciantes sobre publicidade segmentada, com a remoção e inviabilização dos cookies servindo de segundo passo nessa relação.
Ainda no comunicado de hoje, a empresa escreve que sabe que a mudança “significa que outros provedores talvez ofereçam um nível de identificação do usuário para rastreio de anúncios” que será mais específico ao do Chrome, mas que “não acredita que estas soluções vão atender as expectativas crescentes dos consumidores com privacidade, ou vão sobreviver às restrições regulatórias crescentes” na área ao redor do globo.