Com “A Voz Suprema do Blues”, Viola Davis se torna a mulher negra com mais indicações ao Oscar

Ontem, a Academia revelou os indicados ao Oscar de 2021, que terá sua cerimônia realizada em 25 de abril. Para além da boa marca de dois filmes dirigidos por mulheres tendo destaque, um marco histórico chamou bastante atenção: Viola Davis se tornou a mulher negra com mais indicações na história da principal premiação do cinema americano.

A indicação como melhor atriz por “A Voz Suprema do Blues” foi a quarta na carreira da atriz, que também concorreu na categoria principal com “Histórias Cruzadas” em 2012 e como coadjuvante em 2009, por “Dúvida”, e em 2017, por “Um Limite Entre Nós” (que foi sua única premiação até aqui). Viola ultrapassou Octavia Spencer, com quem estava empatada com três indicações (Octavia venceu em 2012 por “Histórias Cruzadas” e concorreu em 2017 e 2018 por “Estrelas Além do Tempo” e “A Forma da Água”).

Vale lembrar que a nomeação conjunta de Davis com Andra Day (por “The United States vs. Billie Holiday”) este ano marca a única ocasião na história do prêmio em que duas mulheres negras foram indicadas simultaneamente a Melhor Atriz.

Apesar do marco, não há muito a se comemorar, visto que uma vitória no dia 25 faria com que Viola Davis fosse a primeira mulher negra na história de Hollywood a ter dois Oscar. Por mais que Viola mereça seus prêmios, é bastante problemático que em décadas de Oscar, nenhuma outra mulher negra tenha conquistado mais do que um único Oscar.

Ao todo, “A Voz Suprema do Blues” coleciona cinco indicações, tendo também o falecido Chadwick Boseman como favorito ao Oscar de melhor ator. Outro marco interessante é que Mia Neal e Jamika Wilson se tornaram as primeiras mulheres negras a concorrerem na categoria de Melhor Cabelo e Maquiagem. Já Ann Roth se juntou a James Ivory e à Agnès Varda e se tornou a pessoa mais velha a concorrer a um Oscar, aos 89 anos, estando na disputa pela estatueta de Melhor Figurino.