SXSW 2021: usuários já entenderam o valor de seus dados e empresas devem mudar modelo de negócios
Para o painel "Ethical Startups That Don't Monetize Your Data", uma solução é que a empresas passem a pagar um valor aos usuários pelo uso de seus dados
Como reflexo dos debates atuais e dos casos (cada vez mais constantes) de vazamento de dados, o SXSW 2021 tem trazido muitas conversas sobre a regulamentação de dados e privacidade. O painel “Ethical Startups That Don’t Monetize Your Data”, por exemplo, realizado entre Anthony Ha, do TechCrunch, e Angela Benton, CEO da Streamlytics, Inc., abordou como os usuários já estão mais atentos ao debate sobre privacidade de dados e estão, inclusive, se tornando mais cautelosos em ceder seus dados a terceiros.
Para eles, as empresas serão obrigadas a repensarem seus modelos de negócios conforme os consumidores se tornam mais conscientes do valor dos seus dados.
.@ABenton discusses ethical data collection with @anthonyha and predicts more tech companies adopting this trend as consumers become more aware of how their data is being used. #SXSW pic.twitter.com/aZOEgT0Ioe
— SXSW (@sxsw) March 16, 2021
Angela Benton aponta que sua empresa já atua com um modelo de negócios que deve ser a tendência adotada em breve por outras empresas. No caso, a startup Streamlytics atua com o monitoramento e a avaliação do comportamento de usuários em serviços de streaming, porém ao contrário do que é comum, a empresa paga um valor aos usuários para ter acesso a esses dados. “Acho que mais companhias de tecnologia adotarão uma abordagem assim, na medida em que as pessoas ficarem mais indignadas com o uso abusivo de seus dados.”, afirma.
O que impede um avanço mais rápido da mudança desse modelo de negócios é a ainda nebulosa explicação sobre o real valor dos dados. Embora boa parte do público já esteja ciente do assunto, muita gente ainda tem dificuldades de entender o que são de fato os dados aos quais as empresas de tecnologia e como eles são usados.
Essa clareza é fundamental, especialmente porque ajuda os usuários a definirem quais dados eles estão dispostos a ceder ou não: “Você pode querer compartilhar alguns dados pessoais específicos com uma empresa, e deve haver uma maneira de se fazer isso”.
A proposta, claro, soa como uma “solução amigável” entre usuários e empresas para evitar legislações mais rígidas sobre a proteção de dados e da privacidade dos usuários.