Spotify promete que assistente de voz não grava sua voz (mas situação é um pouco mais complexa)
Recurso de voz é opcional, mas se ativado pode ser usado para exibir anúncios "mais relevantes"
O Spotify lançou recentemente seu assistente de voz, criado para facilitar o uso do principal streaming de música em situações nas quais digitar pelo teclado não seja a melhor forma de escolher uma música, playlist ou podcast. Entretanto, junto ao anúncio veio uma preocupação sobre a privacidade do usuário, já que agora o app teria acesso ao microfone conectado ao aparelho. A empresa, então, decidiu esclarecer algumas coisas sobre o recurso.
Para começar, a empresa afirma que o Hey Spotify só passa a ser ativado quando o usuário utiliza a palavra-chave, e não há nenhuma gravação: o único áudio captado é aquele ouvido entre a ativação do Hey Spotify e o momento em que o algoritmo identifica o pedido do usuário. Alem disso, o recurso é 100% opcional, e nenhum usuário da versão gratuita ou premium precisará necessariamente utilizar os comandos de voz para ouvir suas músicas e podcasts.
Além disso, a empresa afirma que os áudios são deletados imediatamente caso o Hey Spotify não identifique o pedido feito por voz. Quando o pedido é plenamente compreendido, porém, a situação é um pouco diferente. O Spotify afirmou em um FAQ que os áudios captados serão utilizados para exibir anúncios “mais relevantes”.
A informação chega após sites como o Access Now criticarem abertamente o Spotify após analisar a patente de seu sistema de reconhecimento de voz. A questão principal é que a tecnologia permitira que o aplicativo detectasse detalhes como idade, gênero, sotaques e até o estado emocional do usuário. Se por um lado, isso poderia ser “útil” para sugerir músicas, playlists e programas de podcast ideais para certos momentos, por outro, isso poderia ser usado de forma invasiva para o Spotify “fichar” e manipular seus usuários – incluindo a mencionada projeção de anúncios personalizados.