Trabalhadores da Amazon votam contra sindicalização no Alabama
1.798 votos dos 3.041 coletados foram contra a criação de uma união na unidade BHM1, a segunda da companhia a realizar uma eleição em torno do tema
Depois de semanas de tensão e discussões envolvendo até mesmo o atual presidente dos EUA, os trabalhadores da Amazon no Alabama votaram essa semana sobre a decisão de se sindicalizar ou não. A contagem, porém, resultou em derrota àqueles que lutavam a favor da criação de um sindicato, com a maioria dos votos sendo contrária à decisão.
De acordo com o The Verge, 3.041 dos 5.800 funcionários do armazém BHM1 da companhia no estado norte-americano compareceram à votação. Responsável pela contagem, a National Labor Relations Board registrou 1.798 votos contra a formação da união sindical, um número que já consumava maioria mesmo antes do fim do processo, que ainda não tinha definido o destino de 505 votos contestados pela Amazon.
Além da unidade ser a segunda na história da empresa a realizar uma votação em torno do tema, a BHM1 também dispensou a oportunidade de criar o maior grupo de representação sindical na trajetória da NLRB desde 1991.
O processo está longe de terminar, porém. Em pronunciamento oficial sobre o resultado, o Sindicato de Varejo, Atacado e Loja de Departamento (RWDSU) escreve que irá apelar da decisão alegando que não irá permitir “que as mentiras, enganações e atividades ilegais da Amazon saiam sem contestação” e pede uma “grande investigação” do comportamento da companhia em “corromper a eleição”. Já a Amazon celebrou a “vitória”, comemorando que menos de 16% dos trabalhadores votou pela sindicalização.
A posição da Amazon contra a sindicalização da unidade não passou batido desde que o processo de votação foi estabelecido em fevereiro. A empresa criada por Jeff Bezos contratou consultores anti-união, realizou “audiências cativas” com funcionários para pintar horrores da sindicalização e até mesmo veiculou anúncios sobre o tema no Facebook e em banners posicionados dentro da unidade, além de enviar hordas de mensagens de texto e ligações aos votantes. A ação levou o presidente Joe Biden a gravar um vídeo nas redes sociais criticando indiretamente a companhia e reforçando o direito de sindicalização no país.