Gigantes europeus criam Superliga e UEFA ameaça banimento junto às federações
Doze dos maiores times da Europa querem criar competição própria e enfrentam críticas de federações, rivais e até dos ídolos
Doze dos maiores clubes da Europa anunciaram a criação da Superliga, uma competição que reunirá, teoricamente, as melhores equipes de futebol da Europa e substituirá os torneios continentais (a Liga dos Campeões e a Liga Europa, ambas da UEFA). Ao lado da FIFA, a própria UEFA se mostrou contra a ideia, mas os clubes parecem decididos a continuar com o projeto, visto que, financeiramente, é vantajoso para os envolvidos.
A Superliga é composta por Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, da Inglaterra, Inter, Juventus e Milan, da Itália, e Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, da Espanha. Além dos 12, a competição teria mais outras oito equipes, totalizando 20 times. O único gigante europeu (em termos históricos e financeiros) a não participar do projeto foi o Bayern, da Alemanha. Além dele, PSG (França) e Porto (Portugal), também se opuseram.
As federações, entretanto, não parecem dispostas a aceitar caladas a decisão dos clubes. Além da UEFA, as federações da Inglaterra, da Itália, da Espanha e da Itália anunciaram que os 12 times envolvidos serão banidos das competições domésticas (as ligas e copas nacionais) se persistirem com a Superliga. Isso incluiria, por exemplo, banir os seis clubes mais poderosos da Inglaterra da Premier League, que é o torneio nacional mais prestigiado da Europa.
Como noticiou o Yahoo, os clubes pretendem recorrer ao tribunal de forma preventiva para garantir que a Superliga aconteça. Torcedores da Europa e de todo o mundo mostram-se contrários à criação da Superliga, já que além de sua proposta elitista servir principalmente para fortalecer financeiramente os envolvidos, a competição também seria um passo imenso para o enfraquecimento dos clubes e culturas futebolísticas excluídos do projeto.
Figuras históricas do futebol comentaram a decisão. O ex-técnico Alex Ferguson e o ex-jogador e atual comentarista Gary Neville (ambos ídolos do Manchester United) se mostraram veemente contra a Superliga. “Eu sou torcedor do Manchester United há 40 anos e estou completamente enojado com o que está acontecendo. Meu maior desgosto é com o Manchester United e com o Liverpool, fundados por trabalhadores e clubes historicamente do povo e que agora estão fugindo para uma competição sem competitividade, da qual não podem ser rebaixados”, disse Neville.
A Superliga traria premiações maiores e preencheria o espaço das competições da UEFA no calendário Europeu com um grande diferencial: os mesmos clubes estariam sempre na disputa. Enquanto atualmente os times precisam ter uma boa colocação nas ligas locais para chegar às competições continentais, com a Superliga, a vaga cativa é financeiramente atrativa para os times – e obviamente prejudicial para o esporte como um todo.