Associação de médicos de Tóquio pede cancelamento dos Jogos Olímpicos de 2021
Capital e cidades vizinhas possuem UTIs lotadas e não podem garantir que atenderão turistas caso haja novas ondas de infecção
A novela sobre os Jogos Olímpicos de Tóquio, que originalmente teriam acontecido em junho de 2020 mas foram adiados para 2021 em virtude da pandemia do novo coronavírus, continua. Mesmo que o evento esteja confirmado e as emissoras televisivas já tenham começado a campanha de divulgação de suas transmissões do evento, há ainda muitos órgãos pedindo para que o evento seja cancelado.
Dessa vez, a Associação de Praticantes de Medicina de Tóquio que representa mais de 6 mil profissionais pediu que o evento seja cancelado. O pedido chega no momento em que Tóquio, após uma melhora, enfrenta uma nova onda da COVID-19 e já declarou estado de emergência em virtude da subida na curva de infecção.
A associação afirma que o governo japonês deve persuadir o Comitê Olímpico Internacional a simplesmente cancelar o evento. As autoridades das cidades vizinhas de Tóquio afirmam que não possuem mais vagas em hospitais para receber os atletas, já que seus leitos já estão todos ocupados com os moradores locais.
Foi enviada ao primeiro ministro japonês Yoshihide Suga uma carta aberta, assinada pela associação, dizendo que os hospitais já estão lotados e praticamente não há mais capacidade para lidar com potenciais novas ondas trazidas pela chegada de visitantes no país, que é o principal evento esportivo do mundo e, portanto, reúne turistas de todos os cantos do globo.
Faltando apenas 66 dias para o começo do evento, o cenário ainda parece incerto. A situação de Tóquio tem piorado e as autoridades sanitárias e população temem pelo que um evento tão grande pode trazer. O cancelamento da Olimpíada, vale lembrar, não é uma pauta recente. Em janeiro, uma fonte afirmou ao The Times que o governo japonês já possuía um plano para desistir de sediar o evento e se candidatar para receber as Olimpíadas em 2032.