Streaming superou TV a cabo no Brasil durante a pandemia
Diferença é maior na classe C, onde boa parte da população tende a usar apenas streaming ou TV à cabo
Uma pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest mostrou que a pandemia alterou alguns costumes culturais do brasileiro. Os serviços de streaming já estavam crescendo cada vez mais, mas o distanciamento social fez com que mais pessoas optassem por eles em detrimento da TV fechada.
Segundo o instituto, 66% dos entrevistados dizem pagar por serviços como Netflix ou Amazon Prime Video, enquanto apenas 40% afirmam ter assinaturas de TV à cabo em disposição em suas casas. A disparidade é mais gritante na classe B, onde 75% dos ouvidos dizem pagar por streaming, enquanto apenas 44% assinam TV à cabo.
Já na classe A, a diferença é menor: 71% possuem TV por assinatura e 87% fazem uso de serviços de streaming. O QualiBest explica que, nesse caso, os números se justificam pela forte tendência que as pessoas nesse estrato seguem em assinar os dois tipos de serviços simultaneamente. Na classe C, a diferença também é grande: 52% dos entrevistados assinam streaming e 27% possuem canais fechados, uma diferença de 25%.
“A pesquisa aponta para um fenômeno fundamental que estamos vivendo hoje, em que o consumidor está claramente mais disposto a pagar por um serviço de streaming do que por uma assinatura de TV – e por vários motivos: além de serem multitelas, as plataformas oferecem uma flexibilidade de assistir filmes e séries muito maior do que a televisão. Essa é uma vantagem fundamental que elas possuem e que, por isso, devem mantê-las na frente da concorrência por muito tempo”, analisa Daniela Malouf, diretora geral do Instituto QualiBest.
Vale lembrar ainda que a pesquisa foi realizada em um momento em que além de Netflix, Prime Video e Apple TV+ estarem em alta, novos e fortes concorrentes têm surgido no mercado, como o Paramount+ e, principalmente, o Disney+, o que tem feito ainda mais pessoas migrarem para o streaming. A pesquisa foi realizada entre dezembro de 2020 e março de 2021, justamente logo após o Disney+ estrear no Brasil, em novembro do ano passado.