Usaram bactérias para limpar estátuas de Michelangelo em Florença
Trabalho se deu nas peças que ornam a Capela dos Médici, um dos grandes pontos turísticos da cidade
As estátuas de Michelangelo que ornam a Capela dos Médici em Florença já há algum tempo sofrem com problemas crônicos de sujeira, com uma aparência encardida prevalecendo nas obras apesar de todos os esforços de preservação envolvidos. A solução encontrada por um grupo de cientistas para resolver a situação? Bactérias.
De acordo com o New York Times, a equipe responsável pelo projeto usou linhas específicas dos microorganismos para coordenar as diversas linhas de frente na restauração das peças de mármore à sua antiga glória. Depois de um teste localizado na parte traseira de um altar do espaço para determinar a eficácia do projeto, o grupo começou a aplicar os seres por meio de um gel nas áreas das obras que estavam sofrendo com o processo.
As bactérias selecionadas pro experimento no caso se alimentam de resíduos que tenham se acumulado nas estátuas ao longo dos séculos, o que inclui desde cola até um corpo que foi deixado em cima de uma das peças na tumba no ano de 1537. Os trabalhos acompanham uma série de pesquisas relacionadas ao uso dos microorganismos para “limpar” obras de arte, uma prática que se tornou recorrente na Itália: enquanto a Catedral de Milão ganhou aplicações de bactérias que se alimentam de enxofre para se livrar de verdadeiras crostas pretas em 2007, Pisa trabalhou com seres especializados em poluentes para preservar um cemitério e o domo de uma catedral turística em 2003 e 2019, respectivamente.
Enquanto isso, a equipe por trás da preservação da Capela dos Médici diz que deve liberar resultados oficiais do experimento em algum momento deste próximo mês de junho, depois de mais de um ano trabalhando para manter as estátuas de Michalangelo protegidas dos efeitos de decomposição promovidos naturalmente por tal encardimento.