Pesquisa aponta que gamer brasileiro é o que paga mais caro por jogos
Brasileiro trabalha em média 6 dias para comprar um lançamento
Dados levantados pela Pesquisa Game Brasil 2021 e noticiados pelo Canaltech apontam que o fã de jogos brasileiro é, no mundo, o que paga mais caro por seus jogos. Ainda segundo a pesquisa, 45,4% dos entrevistados só baixam jogos gratuitos, enquanto 44,9% pagam por jogos, mas apenas 9,7% têm o hábito de comprar jogos frequentemente.
“A complexidade e evolução dos jogos em termos de gráficos eleva os custos de produção que, em parte, são repassados ao consumidor”, explica o economista Henrique Rogê ao Canaltech. Para Rogê, o avanço tecnológico dos últimos anos e das últimas gerações de consoles justificam a subida nos preços dos principais títulos de PlayStation, Xbox e Nintendo Switch.
É impossível não considerar também a alta do dólar, que se há sete anos, variada entre R$ 2 e R$ 3, hoje flutua em torno de R$ 5. O valor dos jogos subiu pouco nos Estados Unidos nos últimos anos, mas o mercado brasileiro passou a ver lançamentos irem de R$ 200 para mais de R$ 300 reais – com alguns chegando a R$ 400.
Para chegar à informação de que o gamer brasileiro é o que mais paga, a matéria fez uma conta simples: o atual salário mínimo, atualizado em fevereiro pelo Governo Federal, é R$ 1.100 mensais, enquanto um lançamento de PlayStation 5 ou um console similar costuma custar R$ 300, que corresponde a 27,7% desse salário.
Com esse cenário, o brasileiro precisa trabalhar em média 40 horas para comprar um lançamento de R$ 250 reais, 48 horas para um jogo de R$ 300 e 56 horas para um título de R$ 350 – o que equivale a, respectivamente, 5, 6 e 7 dias de trabalho em um expediente de 8 horas.
A título de comparação, nos Estados Unidos os jogos são lançados a US$ 60, mas pelo fato de o salário mínimo ser de US$ 7,25 por hora, os americanos precisam de apenas 8,3 horas para comprar um jogo em seu lançamento. Já na Argentina, com salário mínimo nacional de $ 21.600, os jogos custam $6.400 na nova geração, o que significa que um gamer argentino precisa de 44,8 horas para comprar um lançamento. O número dos nossos vizinhos também é alto, mas ainda um pouco acima abaixo da situação do Brasil.