Inteligência artificial identifica que pintura de US$ 9 milhões da National Gallery é falsa
Resultados de testes feitos na peça pela empresa suíça Art Recognition apontaram que a obra tem 91% de probabilidade de não ser autêntica
A obra “Sansão e Dalila” é uma das pinturas mais conhecidas de Peter Paul Rubens, influente artista do estilo barroco no século 17. Criada originalmente entre 1609 e 1610, a arte foi comprada pela National Gallery, de Londres, em julho de 1980, pelo valor de 2,2 milhões de libras, o que a tornou a terceira obra de arte mais cara daquela época. No entanto, uma recente análise realizada com ferramentas de inteligência artificial revelou que a pintura, atualmente avaliada em US$ 8,94 milhões e que ainda está em exibição na National Gallery até hoje, pode ser uma farsa.
Segundo o The Guardian, os testes foram feitos na peça pela empresa suíça Art Recognition, que utiliza um algoritmo que “aprende” as características únicas de um artista, alimentando as imagens da máquina com outros exemplos de seu trabalho. Após o treinamento, o algoritmo recebe uma imagem nova para avaliar, indicando com precisão se a obra é genuína ou não.
No caso da tela “Sansão e Dalila”, a inteligência artificial apresentou o resultado depois de comparar a obra com outras 148 peças genuínas de Rubens. O resultado, entretanto, apontou que a obra tem 91% de probabilidade de não ser autêntica. “Fiquei chocada”, disse a Dra. Carina Popovici, cientista que realizou o estudo. “Repetimos os experimentos para ter certeza de que não estávamos cometendo um erro e o resultado era sempre o mesmo. Cada patch, cada quadrado, saiu como falso, com mais de 90% de probabilidade.”, completa.
Embora o resultado seja uma surpresa, alguns especialistas em arte já levantaram dúvidas sobre a autenticidade da pintura anteriormente. Em 2005, a revista alemã Der Spiegel publicou um artigo mostrando como alguns críticos achavam que a composição da pintura não estava correta. “Eles acreditam que o quadro é pintado em um estilo mais pesado do que o do famoso mestre”, escreveu a publicação.
A National Gallery ainda não se pronunciou sobre o caso.