Peter Molyneux demonstra “Milo & Kate” pela segunda vez
Peter Molyneux é uma das mentes mais brilhantes quando se fala em games. O britânico de 51 anos é responsável por famosos “god games” – ou seja, em que o jogador tem controle absoluto e decide o destino dos personagens – como “Dungeon Keeper”, “Populous” e “Black & White”.
Eu sou fã de seu subestimado “The Movies”, mas Molyneux e sua produtora Lionhead tem feito milhões de dólares atualmente com a série “Fable”, que chega a sua a terceira edição nesse ano.
Como designer chefe e produtor executivo, Molyneux procura sempre quebrar barreiras conceituais em seus projetos. Um exemplo gritante disso é o que ele está tentando fazer com “Milo & Kate”, um dos primeiros títulos para Xbox 360 totalmente voltado para fazer uso do recém-lançado Kinect – sem nenhum tipo de controle, apenas reconhecimento de movimentos.
A proposta de “Milo & Kate” é inovadora e, digamos, ao mesmo tempo um pouco assustadora. A ideia: criar uma inteligência artificial com emoções.
Você interage com um garoto virtual de 11 anos de idade, Milo (ou uma menina, Millie), e também com um cão virtual, chamada Kate, e eles basicamente crescem e aprendem com você, continuamente. O personagem reconhece o jogador, e estabelece uma conversa capaz de responder a diversos tipos de interação humana.
Molyneux apresentou o software pela primeira vez na E3 em 2009, e no mês passado, durante o TED, em Oxford na Inglaterra, mostrou uma versão mais avançada. Ele conta que cada personagem do jogo – Milo, Millie ou Kate – sempre evolui com uma personalidade diferente dependendo do jogador. Como aprende coisas distintas com cada pessoa que joga, Milo também se transforma em um indivíduo único.
Além de ser uma tecnologia completamente psicológica – construção de personagens a partir do seu caráter – podemos imaginar como isso pode mudar a maneira como interagimos com softwares e como histórias são contadas.
Peter Molyneux diz que o “jogo” funciona e está pronto (ainda falta uma narrativa), mas apesar de ter impressionado muita gente, não se trata de um produto que será lançado comercialmente. Pelo menos por enquanto. Molyneux espera que sua ideia possa impactar mais pessoas pelo mundo, até convencer os executivos da Microsoft a lançaram como um game tradicional – no modelo de negócio, mas capaz de revolucionar a indústria.
Vale muito o play na apresentação abaixo, ainda sem opção de legendas: