#winning: Charlie, onde termina o Sheen e começa o Harper?
[ Nícolas Vargas é fazedor de conteúdo. Ex-diretor/roteirista do Furo MTV e do Talk Show do Bento, roteirista dos VMBs 2008/2009 e ex-editor chefe do Portal MTV ]
Pouco tempo atrás o próprio Merigo falou dele e não posso negar que fui contagiado pela onda recente de obsessão por Charlie Sheen. Os #winning, #fastball, #tigerblood e oscarai vem pipocando em nossas timelines nas últimas semanas e, de fato, é uma tentação incrível essa de referendar o astro decadente, mas insanamente milionário, comedor, solitário e, sim, traído por aqueles que o cercam.
Porém, minha afeição por Chalie Harper, o personagem dele em “Two And a Half Men”, vem de anos, e é realmente maior que a que sinto por Sheen (sempre bom lembrar, astro de “Wall Street”, que é, inclusive, vitalício na lista dos meus 20 filmes preferidos NA VIDA).
Harper, não podemos esquecer, foi esculpido à imagem e semelhança do ator que o encarna. A diferença, agora que a série foi pras picas, é que Charlie, a estrela, fagocitou o personagem e o trouxe pra vida cotidiana (sim, mídias sociais são parte da vida) numa versão anfetaminada e ligeiramente psicótica.
Isso me leva (sim, tudo tem que levar a alguma coisa ou o Brasil não anda) imediatamente a lembrar de Berta, a doméstica ruiva gordola e durona, personagem de Conchata Ferrell, que chuta glúteos, inclusive os de Charlie Harper.
Talvez a solução para Sheen fosse, já que trouxe seu notório personagem pra vida real, dar um jeito de trazer também a Berta, pra ver se ela faz um imenso favor ao planeta enfiando essa epidemia de #winning na orelha esquerda dele.
Se bem que, hoje em dia, até o Jon Cryer, que faz a mosca morta Alan em “Two And a Half Men”, anda descascando Mr. Sheen e suas prolíficas babaquices. Daí a gente sente até uma certa pena do doidão.