Ja Rule: Eu não toco para público de 200 pessoas, colega
Nesse final de semana rolou aqui no Anhembi (São Paulo) o Urban Music, mais um festival de música, que anunciou/vendeu artistas como Technotronic, John Legend & The Roots (gênio), Emicida, Ja Rule, e Cee Lo Green. Não sei exatamente o que aconteceu (porquê não fui), mas ao que parece dois dos artistas (da linha de frente) não compareceram.
Um deles – Cee Lo Green – nem pisar no Tupiniquim, pisou. Pois a produtora do show deixou uma nota no site do festival, falando sobre isso:
A produtora Coliseu Eventos informa que foi surpreendida com o cancelamento da apresentação que o cantor Cee Lo Green faria no Urban Music Festival no dia 29 de maio. Informamos a todos que até o momento não recebemos nenhum tipo de pronunciamento oficial por parte do artista sobre o cancelamento e justificativas para tal. Cumpre informar que o Cee Lo Green descumpriu suas obrigações assumidas contratualmente e desistiu de comparecer ao show no Brasil. Estamos tomando todas as medidas legais/jurídicas que o caso requer. Inclusive, com a contratação de advogado no Estado de Nova York, EUA, para que sejam tomadas todas as providências cabíveis com o intuito de resguardar os direitos da nossa produtora. Para a garantia de restituição de valores daqueles que não quiserem comparecer, seja por qualquer motivo, enviar um e-mail para [email protected] contendo: Nome completo, R.G. Todas as atrações do Urban Music Festival estão confirmadas e o evento acontece normalmente no dia 29 de maio.
Mas absurdo mesmo foi o caso do Ja Rule. Pois (segundo a Globo.com) ele veio, foi pro Festival, mas disse que “não tocaria para um público de 200 pessoas”… e não subiu no palco. Em outras palavras: foda-se quem comprou ingresso, foi até o Anhembi naquele frio e ficou esperando até tarde da noite pra ver o cara. Se tinham mesmo 200 pessoas, não sabemos (a informação é de que venderam apenas 17.000 ingressos), mas que fossem 2 pessoas: como artista, ele não mostrou nenhum respeito para seu público.
Há muito tempo me contaram um caso parecido com o Ivan Lins (sim, aquele cara que muito brasileiro caga na cabeça, mas que já se cansou de lotar show na Gringa). Ele fez um show no Sesc Interlagos, como se estivesse em um uma casa lotada, no entanto tinham menos de 50 espectadores. Até o Stanley Jordan (lenda do Jazz) já caiu nessa: veio para São Paulo tocar na “Quebrada Cultural”, e fez um show para (pasmem) 17 pessoas. Louvável: Isso se chama respeito ao fã.
A verdade é que me cansa ver essa tonelada de novos festivais no Brasil, que cobram um caminhão de dinheiro dos espectadores para entregar eventos mal produzidos, com falhas tão amadoras e consequências inacreditáveis. E como se não bastasse isso, ainda temos que ver gente passando por situações – no mínimo – desagradáveis como as no Urban Music Festival.
Não sei quem é o culpado para um problema como este. Se é o artista, o empresário ou mesmo a produção do evento. E também não sei qual é a solução para termos festivais mais organizados. Se é exigirmos por todos os direitos comprados ou mesmo boicotarmos os shows e seus espertões do showbizz. A única coisa que sei é que, pelo preço que normalmente pagamos, cansamos de ver estacionamento há quilômetros do evento, falta de banheiros químicos, venda de ingressos ANTES dos anúncios das atrações e artistas cabulando a labuta e indo para o hotel beber Don Perignòn na hidromassagem.
E não venham com essa de falar que “festival é assim mesmo”.