Lifebouy e Galinha Pintadinha botando a garotada para lavar a mão
Finalmente um assunto no B9 que eu domino completamente: Galinha Pintadinha! Vocês ficam aí falando de cinema, TV aberta, cultura européia e eu, com uma criança de 5 anos lá em casa, só consumo mesmo canais infantis e afins, incluindo esta galinha do barulho e seus amigos que aprontam tremendas confusões e que no início da carreira souberam usar muito bem o YouTube para divulgar seu trabalho. (os vídeos do canal já somam mais de 260 milhões de views)
Vi agora no Advertido que o sabonete Lifebouy (muito bem colocado na lista de piores nomes de produtos para serem pronunciados no Brasil) patrocinou uma música da Galinha Pintadinha sobre lavar as mãos para motivar a criançada, usando os principais personagens dos já consagrados vídeos musicais. Detalhe importante: o vídeo está no canal da Galinha Pintadinha, aproveitando o tráfego orgânico que ele já gera. Vale ressaltar este fato já que muito anunciante por aí gosta, por algum motivo bizarro, de ver os vídeos patrocinados em seu próprio canal, perdendo visualizações orgânicas.
Uma história curiosa, aliás, sobre lavar as mãos: até não muito tempo atrás os médicos não eram muito chegados em lavar as mãos. No meio do século 19 o médico húngaro Ignaz Semmelweis levantou estatísticas de que quando os médicos lavavam suas mãos antes de procedimentos clínicos seus pacientes ficavam menos doentes. (ele estudou especificamente mortes de bebês após partos) Como a microbiologia ainda não tinha sido desenvolvida Semmelweis não conseguia explicar o porquê o que levou seus colegas de profissão a simplesmente desacreditarem seu trabalho, apesar das estatísticas inequívocas. (li essa história no livro Super Crunchers)
No Brasil — passada a histeria da gripe suína que espalhou maquininhas de gel higienizador pelas empresas — o pessoal voltou para seu modo normal de, na dúvida, não lavar as mãos. O que chega a ser engraçado se a gente pensar que o Braza é um dos países onde as pessoas mais tomam banho e escovam os dentes no mundo.
E lá vou eu e Clarinha ouvir essa música no carro umas 200 vezes.