YouPIX, Orkutização e a nova classe C, essas lindas
Ontem, com grande orgulho, participei da abertura do YouPix Festival. Escalado pela indelével Bia Granja para o voluptuoso e obviamente polêmico debate “A Orkutização é Você”, assumi a indistinta pica de não me conter e mostrar o grau de imbecilidade que essa expressão, a dita orkutização, carrega.
Pois bem, orkutizar é nada. A não ser que você ache que dá pra fiscalizar utilização de rede social. Meu querido, minha querida, se você acha, de fato, que alguém orkutiza alguma coisa, você está sim sendo facistóide. E babaca. E está tentando compensar falta de atenção materna/paterna na infância. Trouxa.
Ok.
Numa realidade onde você escolhe quem seguir, quem é seu “amigo”, quem está nos seus círculos, e que círculos são esses, não é cabível se incomodar que alguém esteja escrevendo/publicando algo que, a princípio, é invisível aos seus olhos e mente. A não ser que se trate de um maníaco homófobo, pedofilia, perseguição ou sertanejo universitário (tá, essa última é brinks).
Aliás, o post nem é pra falar exatamente disso, porque disso eu falei ontem. O que falo hoje, em tempo, tem a ver com ontem, mas vale como reflexão para amanhã. Tá?
A síndrome dessa ojeriza a uma suposta orkutização tem muito a ver com essa balela sobre a “nova classe C” da qual o mercado, esse insensato, tanto fala. A diferença é que a primeira segrega sem pestanejar e a segunda, trata de uma necessidade de legitimar a existência de uma camada da população.
Pensa comigo: a classe C sempre existiu. Ela sempre esteve aí e consumiu a valer. É uma galera que tem mais de dois filhos, historicamente, e, véio, se gente que tem prole não consome, como essa galera ainda caminha sobre a Terra? Casas Bahia, as calcinhas da Marisa, a 25 de Março e supermercados do naipe do Dia que o digam.
Considero o discurso de nova classe C uma atitude tão discriminatória quanto a dos que apregoam a “orkutização” das interwebs. E não tem pesquisa ou funkeiro ouvindo som alto no busão que me faça pensar diferente.